5 de mar. de 2008

Denuncia de Antonio Palocci

Por Augusto Nunes

Por ter ordenado o estupro do sigilo bancário de Francenildo Costa, o caseiro que contou o que vira, Antonio Palocci perdeu o cargo de ministro da Fazenda e, por algum tempo, a alegria de viver.
Recuperou-a ao ganhar uma vaga na Câmara dos Deputados. Denunciado há dias ao STF pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, agora perdeu o sono.
Palocci (foto) anda muito deprimido, contam amigos. Perdeu a fé na Justiça. Ganhou a solidariedade militante de José Roberto Batocchio, advogado de Palocci. Cego às evidências reunidas pelo procurador-geral, Batocchio finge acreditar que o mandante do estupro não tem nada a ver com o crime que encomendou.
Pode um advogado, sobretudo um ex-presidente da OAB, mentir para livrar o cliente do banco dos réus? Batocchio parece achar que sim: para ganhar uma causa (e honorários de bom tamanho), ele topa perder quaisquer escrúpulos. Já ao assumir o caso, jurou que Palocci nunca freqüentou a suspeitíssima "República de Ribeirão". O caseiro da mansão onde se homiziavam amigos do ministro cansou-se de vê-lo aparecer por lá. Batocchio diz que é mentira.
Francenildo perdeu o emprego e, pela seqüência de tentativas frustradas, também a chance de conseguir outro trabalho fixo. Mas foi o único dos três que não perdeu a vergonha. E ainda acabará ganhando as homenagens que o Brasil decente lhe deve.

6 comentários:

Abreu disse...

Espero que a conclusão do artigo do Augusto Nunes seja verdadeira.

Afinal, segundo alguns colegas (de brincadeira, eu acho), nada nunca está tão ruim que não possa ser piorado.

'Dá-lhe Francenildo!'

Torço (e trabalho) para que o bem prospere.

Anônimo disse...

Lá, bem lá embaixo, na base da pirâmide, está o Francenildo, inculto e desempregado, comendo o pão que os diabos amassaram com os rabos sujos.
O caseiro sem ser um patriota por convicção acabou de fazer um bem enorme ao Brasil, sem cartão corporativo, sem verba e com pouco verbo, detonou um dos cagalhões maelstrons da república dos peculatários.
O negócio naquela fatídica casa era:Glub,glub,glub,
fuc fuc fuc,dim dim dim, fuc fuc fuc; e de vez em quando um grito, "traga mais verba e viagra!"
Quepaíséesse.

Marta Bellini disse...

Lindo texto, Giulio!
Mais Francenildo!

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Navego na mesma direção do Abreu. Mas este mar é encapelado. Uso este símile para dizer que o advogado de defesa também, por dever de ofício, tem de navegar na mesma direção do cliente. Se parece falta de escrúpulo, paciência. É o preço a pagar por seu trabalho.

Anônimo disse...

Mas não é um país do avesso. O estrupado vai preso e o estrupador ganha os méritos.
O Nildo sem emprego (quando deveria ser homenageado) e o corrupto ainda é eleito deputado. Por isso que numa reforma política, prego que se o candidato tiver processo judicial, estaria impedido de se candidatar.

Getulio Jucá disse...

É correto afirmar que o médico persegue pelo resto da vida o cumprimento do seu juramento quando se forma? R.Certo. É correto afirmar que este tipo de profissional é julgado e processado quando comete um "erro médico"? R. Certo.
Então, vai aqui uma "perguntar não ofende": -não seria correto tbem o Advogado ser julgado e processado quando ficar comprovado que ele "finge acreditar que o mandante de um crime não tem nada a ver com o crime que cometeu/ encomendou"?. E, ainda mais, se este advogado, é possuidor de expressão Nacional, e é "um ex-presidente da OAB, e mente para livrar o cliente do banco dos réus?"

Complicado né....?????