Desafiando a natureza

Por Plínio Zabeu

Existe um ditado antigo, mas verdadeiro e constantemente comprovado: “Deus perdoa sempre. O homem perdoa às vezes. A natureza não perdoa nunca”.
As provas estão aí abundantes, gente séria preocupada com o meio ambiente procurando tratar da questão. Infelizmente o trabalho vem sendo barrado por poderosos que preferem o sucesso fácil do que a preservação a longo prazo. Basta apenas considerar a não adesão do presidente americano ao protocolo de Kioto tão bem elaborado e exigindo de todos os países o indispensável respeito às coisas naturais. Muito pouco ou nada tem sido feito neste sentido. E o aquecimento global vai se acentuando. Para ficarmos apenas no nosso país, basta entendermos que, a cada grau a mais de temperatura perdemos nada menos de 3 bilhões de dólares na produção de café. Parece pouco ou nada. Mas é uma amostra a ser considerada. Nossa mata amazônica vai sendo destruída seguidamente. Todo o mundo – não só os ambientalistas – assiste à degradação. Todos sabem o que se passa naquela região. Só não sabem de nada os responsáveis pela preservação, gente do governo. Os grilheiros, posseiros, madeireiros irregulares vão tomando conta. E a reação é simplesmente nenhuma. Colocaram em prática as “ações” que vêm fazendo contra os invasores do MST e agregados.
E vem a resposta da natureza. Em pleno século 21 estamos assistindo, estarrecidos, a uma epidemia de dengue no Estado do Rio de Janeiro.

Que saudades do tempo de um Oswaldo Cruz! Ele e seus seguidores conseguiram até há pouco tempo, um controle da proliferação do mosquito transmissor. Mas tudo acabou, por causa dos Jogos Panamericanos. Os recursos usados para prevenir foram desviados para construção de estádios, pistas, alojamentos etc., hoje às moscas. E já se fala em investimentos para a copa do mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016. Quais serão as conseqüências? Conhecendo a irresponsabilidade com que “trabalham” os governantes poderemos já fazer uma sombria previsão.
E o presidente continua afirmando que a saúde pública no Brasil beira os 100% de perfeição. Só contaram para ele que não cansa de repetir durante sua principal atividade: O Palanque eleitoral. É o que mais sabe fazer e faz realmente muito bem. Todos têm certeza do sucesso eleitoral, que é o que importa. Já quanto à natureza... Bem. Melhor “deixar pra lá”, como estamos vendo no dia a dia. Vamos todos torcer para que o baque econômico do momento não nos atinja. Afinal, Deus mostra realmente que é brasileiro.