16 de mar. de 2008

O avanço no atraso

É natural que as lideranças sindicais comemorem a decisão da Câmara dos Deputados de legalizar as centrais sindicais e de, revendo decisão anterior, restabelecer a obrigatoriedade do recolhimento do Imposto Sindical.
Parte da arrecadação irá para as centrais. Depois de sancionado o texto pelo presidente Lula, as centrais terão existência legalmente reconhecida na estrutura sindical brasileira e, mais ainda, disporão de uma renda que não lhes exigirá nenhum esforço: o dinheiro cairá automaticamente no seu caixa, transferido pelo governo.
Têm motivos, portanto, os dirigentes das centrais sindicais para estarem eufóricos. Mas alguns, como o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva, (foto) o Paulinho (PDT-SP), exageraram ao pretender que todos os trabalhadores têm motivo para estarem eufóricos. "Foi uma vitória dos trabalhadores", disse Paulinho, aplaudindo a decisão de seus pares (a proposta foi aprovada pela Câmara por 234 votos a favor, 171 contrários e 6 abstenções).
A decisão da Câmara está longe de poder ser considerada uma "vitória dos trabalhadores". Estes são, na verdade, os grandes perdedores, financeira e politicamente. Os trabalhadores, sindicalizados ou não, continuarão obrigados - como estão desde 1937, em plena ditadura Vargas - a recolher para o governo o equivalente a um dia de salário. (leia mais no Estadão)

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