5 de mar. de 2008

O exemplo da Vale

Por Adauto Medeiros, engenheiro civil e empresário

Tenho conversado com os canhotos da economia de mercado e logo surge a questão se a Vale do Rio Doce deve ou não ser reestatizada. Compreendo que poucas são as pessoas no Brasil com racionalidade econômica. São os paleontólogos da economia.
Mas tal movimento, o que já era esperado, parte do MST, o maior “produtor de alimentos” do Brasil e da UNE que se não existisse, ninguém sentiria falta. Lula disse que é contra a reestatização, apenas não entra na discussão para não afrontar os ditos movimentos sociais e também a Igreja. Quanto a Igreja fico sem entender como uma instituição que trabalha vendendo a salvação, mas não entrega o produto, queira opinar com coisas tão duras como minério de ferro. Será que a Igreja já entende de ferro?
Eles não sabem que uma estatal é inadministrável pois a ingerência política e os cargos ocupados por pessoas incompetentes levam todas elas a ruína. Para comprar qualquer coisa primeiro tem que passar por Conselhos nacionais, ministérios, e tantas outras coisas que engessam o crescimento, tal como a lei de licitações.
Os diretores trabalham mais em Brasília, do que na sede das instituições, uma vez que as decisões estão lá e não no próprio órgão. Aliás, até com a Vale é assim também, onde seus diretores tem que constantemente estarem em Brasília. Portanto, nenhuma empresa pública tem condições de atender aos negócios modernos.
Com a privatização da Vale do Rio Doce o número de empregos multiplicou por cinco. Hoje a empresa emprega 56 mil funcionários e gera 620 mil empregos indiretos. Em 2006 a Vale recolheu 4 bilhões de reais em impostos e seu preço com base nas ações é de 202 bilhões de reais, bem diferente de 9 bilhões quando foi vendida.
Um ponto importante é que a Vale provou que o Brasil tem executivos de padrão internacional como Roger Agnelli, que transformou a Vale na 2º maior empresa de mineração do mundo. Trabalha 16 horas por dia e lá não tem ponto facultativo e nem políticos que perderam as eleições. Lá não cabe nem ninguém da UNE ou do MST, mas se for reestatizada há vagas para todos os gostos, até mesmo para aqueles que não sabem de nada e o pior, não trabalham. Hoje a Vale não é mais aquela.
Hoje, ela já comprou mais de 16 empresas. Fez parceria com a China e está também na África. Comprou a Inço por 13 bilhões de dólares, e portanto, não é mais uma empresa para e de amadores.
Com esse exemplo da Vale da Rio Doce não é estranho imaginar o porque ainda de não termos pensado em privatizar a Petrobras? Seria uma ótima idéia que isso viesse a acontecer. Deus ouça e Deus queira.

7 comentários:

Abreu disse...

O exemplo da Valle é emblemático: viva o estado mínimo!

Anônimo disse...

Os tempos são outros. Privatizar a Petrossauro será muito difícil. O Mulla e os Petralhas tomaram conta da empresa e ela já está até dando prejuízo. A metástase é tão grande que, veja você Adriana, até o MST, a UNE e a Igreja já estão tentando contaminar até a Vale.
A Petrossauro já não é mais de Banânia é deles, sob o comando de Estela (Dilma Roussef).
Será que teremos algum dia um jeito de dedetizar Banânia?

Mauro Moreira

Anônimo disse...

Conheço muito a ex-CVRD, muito!
Agora é só Vale.
Mas vamos por parte como dizia Jack o estripador.
Foi vendida por 3 bi quando na verdade o patrimônio dela ultrapassava os 100 bi, um empresário que havia falido um grupo, pegou dinheiro no BNDS e arrematou galhardamente com guarda chuva poderoso um maná suculento.
O marreta poderia com o mesmo dinheiro do BNDS, comprar a mesma Vale pelo mesmo preço e ao cabo de dois anos pagar o empréstimo com o próprio lucro e ficar podre de milionário.
Não sou contra a privatização da Vale, a questão foi o PREÇO!
E para aquele que achar que estou mentindo, vai lá e tente comprar a mesma Vale com 3 bi, mais juro e correção.
Dobre o preço farroupilha, e vá lá comprar.
A viúva é pródiga, cega, muda e surda com seus amantes.

Abreu disse...

.
Este tema parece incandecer a cada vez que é referido. Não importa quem o aborde, sempre há um certo "quê" de paixão ao tratá-lo.

Nesse mesmo sentido caminhou Reinaldo Azevedo, quando escreveu «Vale do Rio Doce: a verdade é a kriptonita do PT», reportando-se a um artigo de denominado «Lula e seus militantes amestrados», publicado por Eduardo Graeff, na FSP, em setembro/2007.

"Vale" a pena lê-los, clicando sobre os links indicados.

Anônimo disse...

Não só a Petrobras, mas Banco do Brasil, CEF, todos os bancos estaduais e várias estatais deveriam ser privatizados.
Claro, não será neste governo empreguista dos "cumpanheiros" que fará isto, senão ficariam sem o "tetão" e morreriam à míngua.
Infelizmente temos um Estado mastodôntico, inchado e mal administrado.

ma gu disse...

Alô, Adriana.

D. Luiz I pode ser um estrupício (em Portugal usa-se a variante estropício, pois a palavra vem do italiano stropiccio), mas não é burro. Eu não acredito que ele, mesmo concordando com a intenção do glorioso partido de reestatizar a Vale, vá fazer isso. Deixando o passado de lado, o que importa é a gigante que a empresa é hoje, sua eficiência, o que gera de empregos e o que paga de impostos.
Já em relação à 'Pretobrás, mesmo concordando com Ronaldo, nem VALE a pena dar meu pitaco. Não vai rolar mesmo...

Getulio Jucá disse...

E o PT já tá privatizado?

Ih que mau cheiro.......