17 de abr. de 2008

É constrangedor o país ter tido um reitor como Timothy Mulholland

Entre os escândalos provocados pelo uso abusivo dos cartões corporativos o do reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholand, se tornou emblemático. Primeiro, porque é absolutamente chocante, para quem tenha um mínimo de bom senso quanto ao custo-benefício das coisas, o gasto de dinheiro público de maneira tão fútil:
R$ 470 mil na decoração de um apartamento funcional, quase R$ 1 mil para compra de uma lixeira, nada menos do que R$ 849 para a aquisição de um saca-rolhas e outras extravagâncias do gênero. Segundo, porque esse dinheiro público foi desviado de um setor de enorme importância ? qual seja, o do fomento à pesquisa científica, a cargo da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), entidade criada para apoio à UnB. Terceiro, porque jamais se vira tamanha tranqüilidade ? e o termo certo seria desfaçatez ? como a exibida pelo reitor, ao explicar, nos telejornais, a necessidade de respeitar determinada "linha estética" na decoração de seu apartamento.
Durante cerca de dois meses Mulholand foi cedendo alguns anéis para continuar no cargo ? certamente sem se preocupar com o grande desprestígio que sua permanência estava causando à qualificada instituição fundada por Darcy Ribeiro há 47 anos. Primeiro deixou o apartamento funcional ? enfatizando a utilização "institucional" daquela residência, para reunião de professores e cientistas nacionais e estrangeiros, como se estes precisassem de decoração de luxo para suas reuniões de trabalho. (leia mais em O Estado de São Paulo)
(*) Foto: Estudantes colocaram caixão em cima da mesa usada pelo reitor Timothy Mulholland, no gabinete na reitoria

Um comentário:

Ralph J. Hofmann disse...

Será que as lixeiras e outros mimos custam realmente o que foi cobrado?

Se alguém conhecer os preços destas besteiras, que se manifeste.