Nasci em 1965, já sob a bota da ditadura. E, como todos os outros brasileiros vivos desde aquela época, sofremos até hoje com a estupidez, para dizer o mínimo, do regime militar.

Por exemplo, posso argumentar que o regime militar arrebentou o cinema brasileiro, o que me prejudicou profissionalmente, já que deixei a faculdade de cinema em plena crise da Embrafilme. O cinema nacional não existia. Fui cair nos braços do jornalismo. Quero minha compensação.
Posso pedir compensação também por coisas menos tangíveis, mas não menos importantes.
Crescer no Brasil nos anos 1970 foi dureza, posso argumentar em busca do milhão. Se tivemos o tricampeonato com Pelé e Jairzinho, não tínhamos acesso a nada, nenhuma liberdade, nenhum debate, nenhuma contestação, censura, tortura, execuções, um deserto verde-oliva, ufanismo barato, cidades muito mais agradáveis e só.
(*) Foto: Junta Militar de 1969
2 comentários:
A impressão que passa o artigo é que o autor também quer.
Ammqard
Podemos fazer umaação coletiva, e como já tem jurisprudência é muito possível que ganhemos. Juntamos aí umas 1000 pessoas, será que exagerei...? E entramos com a ação.
Postar um comentário