25 de abr. de 2008

Não dá pra segurar a "marvada".

Por Leandro Mazzini

Genuinamente brasileira e parte indispensável da cultura nacional, a cachaça é uma praga – tal como a política mal feita: ela te engana.
Depois de conversar com dois incrédulos mandatários de um alto escalão do presidente Lula, a coluna deixa a pergunta: alguém passou da conta nos ministérios da Justiça e da Saúde na dose de proibição de venda de bebidas alcoólicas na beira de estradas, ou simplesmente queriam quebrar copos e fazer barulho para mostrar trabalho?
A segunda opção foi consenso para a dupla. Desde o dia em que a idéia foi lançada, o Planalto já sabia que o lobby da cervejinha teria trabalho redobrado, mas só o suficiente para alterar a proposta. A idéia é exemplar. Proibir consumo de bebidas para motoristas é essencial num país onde se morre todos os dias no trânsito por causa de seu efeito. Mas a genialidade esbarrou na prática. Como fiscalizar cada birosca de posto de gasolina, ou tendinha em beira de estrada, em milhares de quilômetros de rodovias, se o governo não consegue monitorar os movimentos de lobistas nos gabinetes de 513 deputados e 81 senadores em poucos metros quadrados?
Descobriram ser impossível, porque, genuinamente brasileira e parte indispensável da cultura nacional, a política é uma praga – tal como a cachaça mal destilada: ela altera. Até MPs.

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