4 de abr. de 2008

O Corporativismo fez da Magistrada uma Criminosa

"A justiça pune tão somente para os mais fracos. Vereadores, prefeitos de 96% dos municípios brasileiros tomam de assalto os cofres públicos, assim como fazem os governadores, deputados, senadores, parentes e amigos do presidente da República. Instituições ligadas ao governo, todos de burra cheia, flanando lépidos, livres e continuando a ganhar dinheiro.
Mas uma pobre coitada, menor de idade, suspeita de furto num lugar esquecido do interior do Pará, é submetida à humilhação de ficar presa em uma cadeia masculina, por quase um mês, sendo sistematicamente violentada. A juíza que é responsável por essa barbárie é absolvida de qualquer culpa por uma ação corporativa de seus colegas. Na foto pode ser vista a menina com os cabelos cortado para que parecesse homem. É bajulada por um policial depois que o fato tornou-se de conhecimento nacional. Leia mais Josias de Souza" (G.S.)

Você deve se lembrar do caso. Deu-se em Abaetetuba, nos fundões do Pará. Identificada pelas iniciais, a menina L.A.B., 15 anos, foi trancafiada numa cela masculina. Acusada de furto, ali permaneceu, por arrastados 23 dias, na companhia de duas dezenas de marmanjos.
Pois bem. Nesta quarta-feira (2), os desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará se reuniram para analisar a hipótese de impor algum tipo de punição à juíza Clarice Maria de Andrade. A magistrada é acusada de omissão. Embora soubesse do malfeito, nada fez para livrar a menor do suplício.
Adivinhe o que aconteceu? Havia 23 desembargadores presentes à seção do tribunal paraense. Sobre a mesa, um pedido de abertura de procedimento disciplinar contra a juíza Clarice. Produziu-se o seguinte placar: 15 desembargadores contra a abertura do processo administrativo; sete a favor; uma abstenção.
Inconformada com o arquivamento, a seccional da OAB no Pará informa que vai recorrer da decisão num foro brasiliense: o CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Por ora, vai sendo consagrada a tese do abuso sem culpa.
A menina L.A.B. foi violada numa cela submetida aos bons préstimos de quatro mulheres: uma delegada, uma juíza, uma secretária estadual de Segurança e uma governadora. Durante semanas, sob holofotes da mídia nacional e internacional, simulou-se a busca por um demônio sobre cujas costas o Estado pudesse acomodar todas as culpas.
Agora, num instante em que o noticiário dá as costas para o Pará, consolida-se a impressão de que ninguém tem nada a ver com nada. A culpa decerto é da menina.

2 comentários:

Anônimo disse...

Essa Clarice merecia inspirar uma obra de arte para substituir a estátua da justiça vendada em Brasília.
Essa Clarice aí não chora na noite do Brasil.
Ela é a própria noite.
A justiça é cega,assim como a juíza e os desembargadores. Eles só enxergam com o olho cego.

Chacon disse...

Desculpe Marreta,mas a justiça não é cega.. ela é cega, surda, muda, e tem retardo mental, além de ser bem inescrupulosa... ah e lenta claro.