30 de abr. de 2008

O crime compensa?

Por Plínio Zabeu

Claro que não estou me referindo ao mais recente exemplo de atrocidade só entendido por competentes psiquiatras, que foi o caso Isabella.
Tudo mostra claramente quem assassinou, de que maneira, com grau máximo de maldade e só não se consegue saber por que fizeram isto com ela.
Folha de São Paulo (29/04): “Preso sob a acusação de tentar furtar cinco galinhas em uma granja na cidade de Ibitinga, um rapaz de 25 anos foi levado à superlotada cadeia. Valmes Pereira da Silva dividiu a cadeia com outros 25 detentos, em espaço projetado para abrigar 12 pessoas. Nos finais de semana tal cadeia abriga até 65 presos, já que o local serve de triagem para detidos em 20 cidades da região”. Importante também saber que, em março deste ano as péssimas condições da cadeia foram denunciadas pela OAB ao governo do Estado. Na última semana um homem também foi preso lá por tentar furtar dois potes de sopa e um outro que tentou furtar frascos de desodorantes.
Muito bem feito. Quem mandou cometer crimes? Errou tem que pagar e pronto. E como pagarão os três mencionados! Não existe limite de tempo para julgamento e pena final. Vão ficar lá e, se forem ao menos espertos, poderão se aperfeiçoar na arte da criminalidade e, quando saírem, aí sim, poderão cometer os crimes que realmente compensam. Ou seja, quando se consegue a situação de impunidade total.
As estatísticas têm mostrado que menos de um quinto dos crimes cometidos chegam ao esclarecimento total e, destes, cerca de 1% dos criminosos acabam penalizados. Quanto ao cumprimento das penas, basta lembrar que, mesmo nos casos hediondos, só irão para a cadeia aqueles que conseguirem a condenação em última instância, o que leva anos e anos.
Vale a pena considerar tipos de crimes cometidos contra o país, nos setores de respeito ao meio ambiente, os assaltos aos cofres públicos – o mais recente o dos cartões, em fase de forno para ser servido brevemente com o sabor que os políticos escolherem – os desvios de verbas, enfim um rol interminável de situações que realmente mostra que, quando o valor é bastante alto, o crime realmente compensa.
Seria muito bom para o país se os legisladores usassem o precioso tempo em ações necessárias. Leis precisam ser mudadas, atualizadas para cumprimento de pena. Os criminosos – de todos os tipos – precisam passar a entender que serão realmente penalizados pela suas faltas. Mas para isso há necessidade de uma tomada de posição da parte boa do Congresso visando o interesse de todos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Para evitar qualquer punição para qualquer crime
basta analisar a história do Brasil nos últimos 5 anos e agir de forma semelhante...!