Por Mirian Leitão
O preço da gasolina foi politizado no Brasil. E não deveria ser assim numa economia de mercado, aberta e capitalista como é a nossa.
É estranho que o processo de definição do preço seja definido a partir de uma reunião entre o presidente da Petrobras e o presidente da República. Sem nenhuma transparência.
O preço atual está relacionado ao preço do barril de petróleo na casa dos US$ 65. Hoje o barril já encostou nos US$ 120 e o preço da gasolina continua congelado. E a Petrobras congela o preço que é visível ao consumidor, porque o óleo combustível, por exemplo, aumenta; e o querosene de aviação, também. São preços que todos pagam indiretamente porque afetam toda a cadeia produtiva. Mas ninguém percebe.
Essa politização acontece para segurar a inflação e para beneficiar o partido do governo em épocas de eleição. Na época da ditadura, o preço também era decidido assim, entre o Departamento Nacional de Combustíveis, o Ministro das Minas e Energia e o presidente da República. É fato que todo mundo perde quando a economia é decidida a partir de decisões políticas. Perde a economia na eficiência, perde o acionista que investiu, e perde o consumidor, que uma hora será surpreendido.
Um comentário:
Eu, pessoalmente, circulo em muitos ambientes, tenho muitos amigos, freqüento ambientes onde convivem todas as classes sociais e nunca vi, nos últimos tempos, nenhuma pessoa que aprove o modo de ele governar. A manipulação de preços e a troca de dívida interna e externa é seu trunfo, em todo caso, para os que o aprovam. Então, o seu grande pavor é, realmente, a volta da inflação. Mas aí também não tem probllema: ele manda o CNT-Sensus de seus amigos trocar a sistemática de cálculos da inflação.
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