8 de abr. de 2008

O mosquito pode circular livre

Rio não tem inseticida para combate ao ciclo do aedes
Felipe Sales no Jornal do Brasil


A dificuldade em se eliminar o Aedes aegypit vai além da inércia do poder público e da omissão da população.
Para combater as quatro fases do ciclo de vida do mosquito, os agentes de saúde possuem inseticidas eficazes apenas para dois estágios, o que prejudica o trabalho desenvolvido pela força-tarefa criada pelos governos municipal, estadual e federal, de acordo com especialistas ouvidos pelo JB. Aconselhados pelos próprios agentes de saúde, moradores da Zona Oeste vêm utilizando até óleo queimado – produto nocivo ao meio ambiente – para combater a pupa, último estágio do Aedes antes de tornar-se adulto e que pode durar até três dias.
Segundo o Ministério da Saúde, sequer existem estudos para o desenvolvimento de inseticidas com capacidade de atuar sobre ovos e pupas. Os venenos utilizados só agem após serem ingeridos, o que acontece no período larval, que dura de cinco a sete dias. A pupa – estágio seguinte à larva, no qual acontece a metamorfose do inseto – pode durar três dias ou apenas quatro horas, dependendo das condições de temperatura. Para o epidemiologista da UFRJ, Roberto Medronho, a falta de inseticidas contra a pupa compromete o combate ao mosquito.
– Sem dúvida alguma, isso dificulta e prejudica todo o esforço que vem sendo feito pelas autoridades e pela própria população – opina Medronho. – Mas o larvicida também é importante, porque reduz muito a quantidade de mosquitos. O mais importante é erradicar os focos.

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