A estratégia do presidente Lula de antecipar a campanha das eleições presidenciais de 2010 para 2008 é um risco pensado.
O presidente Lula tem índices recorde de popularidade, mas candidatos petistas a prefeito que disputarão as eleições municipais desse ano patinam, com exceção de Maria do Rosário, em Porto Alegre, e Marta Suplicy, em São Paulo.
Em Belo Horizonte, o prefeito petista Fernando Pimentel, de olho em 2010, monta uma dobradinha com o PSDB com um candidato do PSB. Os demais partidos da base de Lula deverão seguir a estratégia montada por Pimentel e pelo governador mineiro Aécio Neves por imposição de Lula.
Em todas as capitais a base aliada de Lula está divida com muitos candidatos, inclusive, em Porto Alegre e São Paulo.
Como Lula, não tem como subir em todos os palanques com o objetivo de usar o seu carisma, capitalizando votos para as várias candidaturas, ele decidiu nacionalizar as campanhas municipais usando as “solenidades do PAC”.
Em Porto Alegre, por exemplo, estavam no palanque os candidatos do PMDB, PT, PC do B, PDT e PP, todos da base aliada.
Lula trabalha seus discursos com uma dose de queremismo, mostrando que o que ele fez, faz e fará não pode ter descontinuidade. Para reforçar a tática, baixa o pau na oposição com a premissa que uma vitória da oposição nas eleições municipais significa um atraso econômico e social.
Com isso trabalha a presente eleição municipal e a futura presidencial.
- Termino meu mandato agora em 2011, dia 1º. O que é importante saber é que nós precisamos daqui para frente organizar a sociedade para não permitir que esse país tenha um retrocesso - discursou Lula, em Duque de Caxias (RJ), numa clara manifestação de federalização das eleições municipais.
Nunca é demais esquecer, que em 2004, Lula não se intrometeu nas eleições municipais. Talvez, porque antes do exercício do primeiro mandato ele não conseguia transferir votos. Raramente conseguiu fazê-lo em favor de seus candidatos a prefeito ou governador.
A sua reeleição, a estabilidade econômica, os programas de transferência de renda de seu governo, a máquina federal e os altos índices de popularidade levaram Lula a nacionalizar as eleições municipais, uma tentativa de resolver os desencontros da base aliada em quase todo o país e abrir o caminho ao queremismo.
É por esse objetivo que Lula ataca a oposição sem dó nem piedade, como se ele fosse candidato.
São outros quinhentos se vai dar certo.
A maioria petista que queria Lula nos palanques do PT acha uma imprudência à antecipação do debate sucessório com mais de dois anos de antecedência.
Os aliados de outros partidos assimilaram como uma estratégia correta usar a eleição municipal como instância intermediária para se submeter ao julgamento do eleitorado.
Saindo da base aliada à maioria dos prefeitos eleitos nas capitais, o capital político de Lula criará o ambiente para prosperar o queremismo.
Pelo qual, pode-se alegar aos que cobrarem respeito à Constituição, que a cobrança é injusta, pois Sarney tinha seis anos de mandato garantidos pela Constituição, mas governou apenas cinco anos porque mudaram o jogo no meio do caminho e FHC eleito para quatro anos lavou as mãos a alteração constitucional que lhe garantiu mais quatro anos.
Cobrar respeito à Constituição na vez de Lula soará como preconceito. Lula e seus aliados aproveitarão a cobrança para jogar pesado.
Afinal, os beneficiários dos programas de transferência de renda do governo Lula, os sindicalistas, os ongueiros e até os banqueiros não irão querer trocar o certo pelo duvidoso.
É aquela história: “Time que está ganhando não se mexe”.
Nesta terça-feira, 8, Lula afirmou a bancada do PDT no Senado que rompe com o PT, se o partido insistir com o 3º mandato. Mas, o que a emenda do Devanir propõe é o fim da reeleição e mais um ano para Lula, os governadores e prefeitos, o que é outra história.
Talvez Lula não queira o 3º mandato, mas concorde com mais um ano.
Lula trabalha seus discursos com uma dose de queremismo, mostrando que o que ele fez, faz e fará não pode ter descontinuidade. Para reforçar a tática, baixa o pau na oposição com a premissa que uma vitória da oposição nas eleições municipais significa um atraso econômico e social.
Com isso trabalha a presente eleição municipal e a futura presidencial.
- Termino meu mandato agora em 2011, dia 1º. O que é importante saber é que nós precisamos daqui para frente organizar a sociedade para não permitir que esse país tenha um retrocesso - discursou Lula, em Duque de Caxias (RJ), numa clara manifestação de federalização das eleições municipais.
Nunca é demais esquecer, que em 2004, Lula não se intrometeu nas eleições municipais. Talvez, porque antes do exercício do primeiro mandato ele não conseguia transferir votos. Raramente conseguiu fazê-lo em favor de seus candidatos a prefeito ou governador.
A sua reeleição, a estabilidade econômica, os programas de transferência de renda de seu governo, a máquina federal e os altos índices de popularidade levaram Lula a nacionalizar as eleições municipais, uma tentativa de resolver os desencontros da base aliada em quase todo o país e abrir o caminho ao queremismo.
É por esse objetivo que Lula ataca a oposição sem dó nem piedade, como se ele fosse candidato.
São outros quinhentos se vai dar certo.
A maioria petista que queria Lula nos palanques do PT acha uma imprudência à antecipação do debate sucessório com mais de dois anos de antecedência.
Os aliados de outros partidos assimilaram como uma estratégia correta usar a eleição municipal como instância intermediária para se submeter ao julgamento do eleitorado.
Saindo da base aliada à maioria dos prefeitos eleitos nas capitais, o capital político de Lula criará o ambiente para prosperar o queremismo.
Pelo qual, pode-se alegar aos que cobrarem respeito à Constituição, que a cobrança é injusta, pois Sarney tinha seis anos de mandato garantidos pela Constituição, mas governou apenas cinco anos porque mudaram o jogo no meio do caminho e FHC eleito para quatro anos lavou as mãos a alteração constitucional que lhe garantiu mais quatro anos.
Cobrar respeito à Constituição na vez de Lula soará como preconceito. Lula e seus aliados aproveitarão a cobrança para jogar pesado.
Afinal, os beneficiários dos programas de transferência de renda do governo Lula, os sindicalistas, os ongueiros e até os banqueiros não irão querer trocar o certo pelo duvidoso.
É aquela história: “Time que está ganhando não se mexe”.
Nesta terça-feira, 8, Lula afirmou a bancada do PDT no Senado que rompe com o PT, se o partido insistir com o 3º mandato. Mas, o que a emenda do Devanir propõe é o fim da reeleição e mais um ano para Lula, os governadores e prefeitos, o que é outra história.
Talvez Lula não queira o 3º mandato, mas concorde com mais um ano.
6 comentários:
Alô, Adriana.
Sua abordagem, neste blog, tem sua lógica. Mas eu gostaria de introduzir (epa) um dado que pode mudar um pouco a intelecção do assunto.
Digamos que o duende consiga transferir votos e eleger muitos prefeitos. Mas, sabemos que os quadros do glorioso partido e de seus associados não tem a qualidade de um Pimentel, em BH, muito bem avaliado. Como a percepção de governança da população tem muito a ver com o que o prefeito produz, este pode ser um tiro no pé, pois tenderá a transferir a responsabilidade das eventuais más gestões para o duende, em 2010.
Daí, a conclusão do post pode não ser tão lógica...
Quanto a adição de mais ano, já está óbvio que o sapo vai aceitar; (olha o ponto e vírgula aí) e sorrindo!
Cara Adriana, interessante, como sempre, o artigo e o comentário do nosso mago (acho que ele que lê tarô). Hoje, ao ler Josias de Souza, ele também aclara as intimidades do Molusco. Vou transcrever pequenos trechos que vão na mesma linha do seu post:
"A julgar pelo que diz entre quatro paredes, Lula está pouco se lixando para temas como dossiê, CPIs e medidas provisórias. “O povo não quer saber de nada disso”, afirmou a um de seus ministros. “As pessoas querem saber do crescimento da economia, das oportunidades de trabalho e do aumento do salário. Essas coisas que não interessam à oposição.”
O presidente disse a seu ministro, com o qual o repórter conversou, que PSDB e DEM estão “sem rumo”. Segundo seu raciocínio, a oposição imaginou que, depois de prevalecer na votação da CPMF, conseguiria “encurralar” o governo “no grito”. Lula acrescentou: “Eles imaginavam que eu ia ficar quietinho.” Não ficou.
De resto, Lula considerou um erro –mais um— da oposição a insistência em abrir uma segunda CPI dos Cartões. Em diálogos anteriores, o presidente dissera que o discurso de timbre moral, que considera “vazio”, não encontra ressonância na sociedade. Algo que, acha ele, ficará claro nas eleições municipais de 2008.
Lula avalia que PSDB e DEM sairão das urnas menores do que são hoje. No dizer do presidente, a oposição vai levar uma "sova.". Transformou em causa pessoal as campanhas das principais capitais. Dedica especial atenção a São Paulo, onde quer impor derrota ao tucanato, e ao Rio, cidade na qual deseja dar "uma lição" no esquema político do prefeito Cesar Maia (DEM)."
Na minha opinião,ele põe uma incógnita para desviar a atenção.Ele vai ceifando nas duas roças,na dele, quantos do PT já enlatou depois de passar no moedor de carne?
Na roça dos outros ceifa atirando os gananciosos na arena dos leões, quem não morrer ali a artilharia do PT coopta ou arruma um dossiê.
Vai ser analfabeto assim na corte de Nero, o "filósofo", que mandou assassinar a própria mãe Agripina.
E se nosso Nero tocar fogo em Brasília com um terceiro mandato?
.
Marreta,
Se o tal presiMente, o Nero, for para um terceiro mandato aí vai ser o fim do Brasil; aliás, estamos a caminho, veja: a Amazônia está sendo destruída a passos largos, os mineirais sendo exportados a toda carga até à exaustão.
Alô, Rô.
Vejo hoje no jornal da manhã que vão instalar a CPI do senado, 8x3 para os picaretas. Acho que errei na palavra; deve ser instilar.
Como é possível numa casa onde não há 'aquela' maioria, um desequilíbrio de forças tão descarado. Que oposição temos, hein. Pô, 8x3 parece resultado antigo de Santos versus Jabaquara, na comparação tão a gosto de D. Luis I.
Realmente, essa oposição está cheia de 5ªs colunas...
A massiva e onerosa propaganda do presidente Lula, do governo Lula, etc. que a todo instante é bombardeada em qualquer fonte de comunicação, coloca em evidência postiva a personalidade que antes de ser governo, foi construída na mídia através do (operário, metalúrgico) Lula diz isso, Lula condena aquilo, PT campeão da ética e moral, PT denuncia, PT protesta,etc.
Só com tempestades vindouras na Economia (perdemos a fase da Bonança) é que irão começar a aparecer o que hoje está sendo realizado pelo Governo (endividamento explosivo do consumo, enfraquecimento da classe média, asfixia da infraestrutura, baixa formação do Ensino Básico, explosão da dívida pública, entre outros).
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