Manchetes dos jornais: "O promotor Francisco Cembranelli, responsável pelo caso da morte de Isabella, afirmou hoje que há informações preliminares..."Este promotor afirma demais, fala demais, julga demais e condena demais. Pode ser que o pai da menina Isabella seja mesmo um pit bull descontrolado e tenha cometido a atrocidade de matar sua própria filha atirando-a pela janela do 6º andar. Pode ser que a madrasta da menina seja uma vaca abestada que por algum motivo banal tenha atirado a garota pela janela.
Pode ser tudo isso. Mas pode não ser. E não sendo, este promotor, ensandecido por holofotes, microfones e flashes está expondo duas pessoas que, caso não sejam os autores do crime, não puderam nem chorar a perda da menina. O promotor faz mais que isso, age irresponsavelmente comprometendo sua própria carreira, mas sua vaidade jamais o permitirá uma análise lúcida do seu comportamento.
Um comentário:
Concordo contigo, Adriana, em gênero, numero e grau. Parece-me que antes de condenação em júri, todos são inocentes.
Até mesmo os que confessaram, que foram flagrados com dinheiro na cueca, os que fizeram transferências de bilhões para a Itália e paraísos fiscais, os que rasgaram a Constituição, e os que tiveram contas pagas por lobistas e amigos fiéis têm de ser julgados para serem condenados.
Ninguém pode ser condenado por antecipação. E esse caso tem muitas semelhanças com o da "Fera da Penha", alguém se lembra? Existem centenas de possibilidades, e a de que os pais sejam monstros é apenas uma, mas que tem forte apelo às massas.
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