Não nasci na Amazônia, mas a freqüento desde 1970. Nestes trinta e oito anos de viagens à região percorri todos os seus estados. Acho interessante que muitas pessoas escrevem sobre a Amazônia sem nunca ter pisado na região.
Ir a Amazônia não se restringe a visitar as capitais da região. É preciso conhecer as comunidades ribeirinhas, se embrenhar pela floresta, pelas savanas e navegar seus rios e igarapés.
O grande crime cometido contra a Amazônia começou na década de 70, quando os militares, encastelados no poder, resolveram povoa-la. A idéia deles é era com uma cajadada resolver duas questões: povoar a Amazônia e minimizar os efeitos da seca do Nordeste.
É aí que a porca entorta o rabo. Os militares enchiam de nordestinos os Caravelles da Cruzeiro do Sul e os YS-11 da Vasp e os despejavam nas agrovilas instaladas às margens das picadas abertas para a construção da Transamazônica e de outros BRs que eles planejaram e acabaram se tornando um fiasco.
Largavam os pobres coitados lá, tchau e benção. Eles que se virassem para sobreviver.
Como repórter, que cobria essa operação, via que aquilo não ia dar certo. Tinha certeza que aquilo iria contribuir de maneira decisiva para o desmatamento indiscriminado daquelas localidades.
Incentivados pelos militares, levas de agricultores e pecuaristas gaúchos, paranaenses e catarinenses trocavam suas valorizadas terras no sul do país pelas terras baratas do Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Acre.
A ordem da ditadura era ocupar a região Norte, custasse o que custasse.
Escapou desta loucura de ocupação da Amazônia, o Amapá, cujo manganês já havia sido entregue pelo governo federal, nos anos 50, a exploração pelo grupo Antunes, testa de ferro de grupos estrangeiros, e pelos militares, durante os anos 70, ao mega-investidor Daniel Ludwig, que planejava derrubar a floresta do Jarí para produzir arroz para o mundo e acabou criando um favelão ribeirinho às margens do rio Jari.
O Amapá escapou, pelas razões acima e por não ter ligação terrestre com o restante do país.
Quem, também, passou incólume pela insana militar foi o Amazonas, presenteado com a implantação da Zona Franca de Manaus, que num primeiro momento foi tomado por importadores persas, turcos e libaneses, que construíram um comércio de produtos importados, que se transformou em desejo de consumo da elite brasileira, uma espécie de Daslu dos anos 70.
Fiz esse preâmbulo, para despertar a discussão da Amazônia sobre outro prisma.
As madeireiras, o agronegócio e as siderúrgicas de gusa se instalaram na Amazônia pelo incentivo do governo federal em detrimento a exploração dos produtos da floresta.
Aliás, quem teima em agregar valor aos produtos da floresta é considerado uma ameaça. O caso mais notório é o da cassação do ex-governador do Amapá, João Capiberibe.
Volto a insistir na tese que o Brasil precisa conhecer o que a floresta produz para que a discussão tome outro rumo. De nada adianta apenas reprimir o desmatamento, como fez a Operação Arco de Fogo, que acabou criando um problema de proporções amazônicas, com o desemprego de milhares de pessoas.
É preciso implantar novas políticas públicas de incentivo a agregação de valor as matérias primas da floresta que em pequena escala já está abastecendo as indústrias de móveis, cosméticos, medicamentos e alimentos. É preciso, também, incentivar a pesca sustentável, tanto nos rios, como nos mares amazônicos. A costa marítima do Amapá e do Pará, por exemplo, é uma das mais piscosas do país.
Está na hora de se passar uma borracha no passado daninho implantado pela ditadura e partir para um programa sustentável da Amazônia. Sem ele, continuaremos assistindo o aumento do desmatamento.
Largavam os pobres coitados lá, tchau e benção. Eles que se virassem para sobreviver.
Como repórter, que cobria essa operação, via que aquilo não ia dar certo. Tinha certeza que aquilo iria contribuir de maneira decisiva para o desmatamento indiscriminado daquelas localidades.
Incentivados pelos militares, levas de agricultores e pecuaristas gaúchos, paranaenses e catarinenses trocavam suas valorizadas terras no sul do país pelas terras baratas do Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Acre.
A ordem da ditadura era ocupar a região Norte, custasse o que custasse.
Escapou desta loucura de ocupação da Amazônia, o Amapá, cujo manganês já havia sido entregue pelo governo federal, nos anos 50, a exploração pelo grupo Antunes, testa de ferro de grupos estrangeiros, e pelos militares, durante os anos 70, ao mega-investidor Daniel Ludwig, que planejava derrubar a floresta do Jarí para produzir arroz para o mundo e acabou criando um favelão ribeirinho às margens do rio Jari.
O Amapá escapou, pelas razões acima e por não ter ligação terrestre com o restante do país.
Quem, também, passou incólume pela insana militar foi o Amazonas, presenteado com a implantação da Zona Franca de Manaus, que num primeiro momento foi tomado por importadores persas, turcos e libaneses, que construíram um comércio de produtos importados, que se transformou em desejo de consumo da elite brasileira, uma espécie de Daslu dos anos 70.
Fiz esse preâmbulo, para despertar a discussão da Amazônia sobre outro prisma.
As madeireiras, o agronegócio e as siderúrgicas de gusa se instalaram na Amazônia pelo incentivo do governo federal em detrimento a exploração dos produtos da floresta.
Aliás, quem teima em agregar valor aos produtos da floresta é considerado uma ameaça. O caso mais notório é o da cassação do ex-governador do Amapá, João Capiberibe.
Volto a insistir na tese que o Brasil precisa conhecer o que a floresta produz para que a discussão tome outro rumo. De nada adianta apenas reprimir o desmatamento, como fez a Operação Arco de Fogo, que acabou criando um problema de proporções amazônicas, com o desemprego de milhares de pessoas.
É preciso implantar novas políticas públicas de incentivo a agregação de valor as matérias primas da floresta que em pequena escala já está abastecendo as indústrias de móveis, cosméticos, medicamentos e alimentos. É preciso, também, incentivar a pesca sustentável, tanto nos rios, como nos mares amazônicos. A costa marítima do Amapá e do Pará, por exemplo, é uma das mais piscosas do país.
Está na hora de se passar uma borracha no passado daninho implantado pela ditadura e partir para um programa sustentável da Amazônia. Sem ele, continuaremos assistindo o aumento do desmatamento.
Um comentário:
Como vaiu se criar um programa sustentável sem um governo sério, um governo que está prestes a entregar uma parte do Brasil à Orgão Internacionais (alexandre Garcia disse hj no bom dia Brasil, que já aconteceu isso no passado com a Guiana Britânica), Que incompetencia é essa? Começo a acreditar em governos paralelos que não têm a intensão de deixar essa país crescer bem, crescer de qulquer maneira qq um deixa. As forças armadas têm que estar em toda a floresta amazônica e a policia federal tb.'Não estou falandoque tem que tirar esse ou deixar aquele, a temos que mostrar que temos soberania, que a Amazônia é nossa e ninguém tira. será que até isso somo incapazes de zelar? Nossas crianças já não tem escolas, nosso povo muitos vivem na miséria, a população não tem segurança e não tem saúde nem como tratar da que sobra, a inflação tá batendo na porta de novo (mas essa inflação é boa) e ainda vamos deixar essa riqueza nas mãos de aproveitadores. Quanto se podia pagar em tecnologia para vigiar a Amazonia, com a grana de cartões, desvios, propinas, etc etc etc? Pior, eles sabem disso mas não têm vergonha.
Postar um comentário