Disse, mas depois de um bom papo, desdisse

Por Giulio Sanmartini

Tudo aconteceu em mais ou menos 24 horas. Apontado como um dos prováveis nomes para substituir Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, Carlos Minc (PT) afirmou que não deixaria o cargo que ocupa como secretário do Meio Ambiente do governo do Rio de Janeiro.
Falando de Paris à Globo News, Minc disse ter prometido ao governador do estado, Sérgio Cabral, que não iria para Brasília.
"Não conversei com o Lula, não conversei com a Marina e, com o Sérgio Cabral, eu disse que a Marina tinha emitido uma carta e a única coisa que ele me falou é o seguinte: 'o Lula vai me ligar, você me promete, de pés juntos, que você não vai para Brasília'. E eu prometi de pés juntos para ele que eu não vou para Brasília".

Leandro Mazzini conta como a história se desenvolveu: Foi um sufoco ontem para fazer de Carlos Minc novo ministro do Meio Ambiente. O governador Sérgio Cabral que o diga. Depois de receber um telefonema do presidente Lula, em que o presidente deu nova preferência a Minc diante do não de Jorge Viana, Cabral ligou para o seu secretário de Ambiente, que está em Paris preparando sua chegada para um evento. O governador ficou 40 minutos ao celular, pela manhã, tentando convencê-lo. Foi um "não quero" para lá, um "não posso" para cá, até que Cabral entregou os pontos. Durante o almoço, passou o celular, frustado, para o vice-governador, Luiz Pezão. Mais meia hora de papo, e nada. Minc, dono de currículo invejável e o mais preparado hoje dentro do PT para substituir Marina, disse aos chefes estar muito bem no governo estadual, e nunca se sentiu tão carioca como antes. Também tem projetos pessoais no Rio. Mas os ares parisienses, subitamente, influíram no ânimo do secretário. No início da tarde, Minc ligou para Cabral e mandou, bem no seu linguajar camarada: "Mestre, eu topo".
Pelo que se pode ver, Carlos Minc no governo Federal não está começando muito bem.