15 de mai. de 2008

O alvo já foi escolhido

Por Adriana Vandoni

O governo de Mato Grosso comemorou cedo demais a saída de Marina Silva, que já saiu tarde demais, é verdade. Lá em 2003 quando Lula montou seu ministério estava mais que claro que não ia dar certo. Ele tentou um governo flex. Colocou no Meio Ambiente Marina que só vê preservação com o extermínio do monstro do agronegócio e na pasta da Agricultura colocou Roberto Rodrigues, um homem do setor, preparado, estudioso, mas que era o antagônico de Marina. Rodrigues tentou de tudo, obteve algumas vitórias e evitou alguns desastres, até durou muito neste governo embriagado, mas saiu a tempo de não deixar que a irresponsabilidade e dubiedade petista manchassem sua história de vida.
Marina durou por conveniência, porque era interessante a Lula. Em 2003 um funcionário do Ibama denunciou ao TCU um esquema que englobava uma Ong , seu marido, Fábio Vaz de Lima, seringueiros e recursos do BNDES. A coisa foi abafada pelo governo, pois era conveniente.
No começo eu achava que Marina era inoperante, não incompetente. Com o tempo vi que era o contrário. Ela era operante e graças a Deus, incompetente e discreta. Mas sua saída, apesar de tardia, foi um golpe a Lula, o que por si só já me deixa satisfeita.
Mas o governo de Mato Grosso comemorou cedo demais. Em entrevista a agência Reuters Maggi disse que o tempo de Marina já tinha se esgotado e que "Se (Minc) vier com o ritmo de trabalho que vinha desempenhando no Rio, será bom para a fluidez dos licenciamentos de projetos no Estado". Sim, está certinho. Sai Marina, entra Minc muito mais ágil, como quer o governador. De tão ágil, antes mesmo de assumir disparou: “tem o governador de Mato Grosso que se a polícia deixar, planta soja até nos Andes, então, é um problema”.
Isso prova que o “problema” de Mato Grosso não é o agronegócio, não são os produtores rurais, mas a “imagem” e o governador Blairo Maggi por encarnar essa “imagem”, se tornou o “problema” de Mato Grosso.
Minc não será diferente de Marina, com o agravante de não possuir o mínimo apego à discrição. Pelo contrário, adora holofotes e com aquela cara de galã verde dos anos 70, enfrentará a incontinência verbal de Maggi com muito mais veemência. Pobre produtor! Pobre Mato Grosso!
Veja bem, o novo ministro diz não conhecer o Brasil, mas já acha que Blairo Maggi é questão de polícia. Isso é muito mais grave que uma ecochata discreta no calcanhar defendendo arvorezinhas. Marina saiu dizendo que prefere “um filho vivo no colo de outro a um filho jazendo em seu colo”. O que ela disse com isso? Que Minc continuará o trabalho que ela não tem mais força política para prosseguir, e, pelas suas declarações antes mesmo de tomar posse, Minc assim fará e se for pressionado como Marina foi, não recuará como ela fez. Ele abrirá a boca e Lula terá que ceder para evitar mais um desgaste internacional envolvendo o meio ambiente. E não se enganem quanto a Lula, ele já queimou aliados próximos para se resguardar. Não terá receio algum de queimar quem quer que seja e a região que for.
É, tomara que não sintamos saudades da Marina.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adriana, será permitido mostrar o que Reynaldo Azevedo publicou em seu Blog/Veja?

"Em 1969, novo ministro fez assalto planejado por Dilma
Marina Silva, como se sabe, não se bicava muito com Dilma Rousseff, a ministra da Casa Civil. Agora, com a ida de Calos Minc para o Meio Ambiente, Dilma ganha um antigo aliado. E como!!! Eles foram companheiros de armas na organização terrorista VAR-Palmares. Na prática, ela era sua chefe. Minc — cujos codinomes eram “Jair”, “Orlando” e “José” — participou diretamente do famoso assalto ao “cofre do Adhemar”: na noite de 18 de julho de 1969, os terroristas invadiram a casa de Anna Gimel Benchimol Capriglione, amante do ex-governador Adhemar de Barros, e levaram um cofre com US$ 2.800.064, uma fortuna fabulosa. Dilma era o cérebro da operação, junto com Carlos Franklin Paixão de Araújo. Não participou diretamente do assalto porque era considerada “muito importante” para correr tanto risco. Minc participara antes, no dia 31 de março de 1969, do assalto ao banco Andrade Arnaud, de onde foram levados 45 milhões de cruzeiros. Na ação terrorista, o comerciante Manoel da Silva Dutra foi assassinado".

Eis mais um terrorista no governo!