Alvin Toffler, autor de conceitos básicos como os das três ondas - a sociedade agrícola, a industrial e a do conhecimento, disse recentemente que a sociedade está vivendo os últimos momentos da massificação, ou seja, “revertendo o processo de massificação que caracterizou a segunda onda, a da revolução industrial”. No mundo de hoje há variedades de comportamentos na forma de viver, de se relacionar em grupamentos e outros conceitos segmentando a produção à grupos de indivíduos e não mais à massa de toda uma sociedade.
Aí, me vem a pergunta: onde nos encontramos usando deste contexto conceitual de Toffler? Somos ainda uma sociedade agrícola ou estamos na onda da sociedade industrial? O conceito de sociedade em onda agrícola é muito bem cabível para nós brasileiros, mesmo fora de tempo. Qualquer formato de valor ou princípios para explicar este momento vigente nos enquadra. Com relação a sociedade industrial, já teremos algumas dificuldades conceituais para assim nos considerar. A razão é de que a formação, consistência, representatividade, força econômica e tecnológica do nosso parque industrial não nos credita solidez para o conceito de desenvolvido. Quanto a sociedade do conhecimento, acredito que temos muito a caminhar para chegar ao portal desse mundo.
Esta última, muito mais que as anteriores, exige como plataforma um sistema educacional de primeira linha para a formação da “massa” populacional de maneira que a sociedade possa evoluir em vários graus de conhecimentos, com poucas ondas gráficas e em ritmo geométrico. O Brasil e seus governantes insistem na possibilidade de desenvolvimento sem a observância do quesito educacional. É a única ferramenta realmente eficaz para se atingir uma escala de evolução social e econômica, possível de estabilização. Chega a dar dó ao assistir, nos meios de comunicação, a euforia do governo ao receber de agência de avaliação de classificação de riscos, o tal grau de investimento (investiment grade). Alguns já falam em trilhões de dólares que irão aportar no Brasil em pouco tempo. Outros, dizem da expansão ilimitada da economia brasileira com a enxurrada de dinheiro de todos os matizes. Será a morte do segmento exportador se não houver forte redução da carga tributária.
São vários os níveis que o País terá que atingir para ganhar a confiança de investimentos em grande escala. O principal é o aumento dos investimento acima de 17% do PIB, isto sem falar na carga de impostos, da legislação trabalhista e sua urgente necessidade de revisão, na infra-estrutura e por aí vai. Há muito, o Chile, assim como o México, é detentor de tal grau de investimento e está, na escala de avaliação, uns cinco degraus a nossa frente. Apesar disso, não é um País desenvolvido, mas tem investido maciçamente na educação como meta para tal. O Brasil, além da área educacional, ainda tem um longo caminho na construção cultural para formação da base moral e do respeito aos seus contratos sociais e consciência de um povo. Chegará o dia em que o Presidente da República não fará elogios à atitudes como a do governador do Ceará Cid Gomes. Isso logo após dizer que finalmente o Brasil está sendo considerado um País sério. Está visível a caminhada em busca de um terceiro mandato.
Com toda sinceridade, ao olhar as precárias condições de nossa infra-estrutura, as condições da nossa educação, a desorganização de nossa rede da saúde, a ineficácia do sistema de defesa sanitária, o enorme contingente da população vivendo a base de “bolsa-família”, a economia dependente de créditos e endividamentos, a gigantesca dívida interna e o considerável desequilíbrio na balança comercial, não sei como vai manter tal “investiment grade” recebido. Desconfio, então, de que, na atitude das Agências de Avaliação, está embutida a busca de um novo campo para investimentos, neste mundo de carência energética e de alimentos. O capitalismo chegou com toda força exploradora e por ironia, no governo de seu maior defenestrador nos anos 80. O choque de valores.
São vários os níveis que o País terá que atingir para ganhar a confiança de investimentos em grande escala. O principal é o aumento dos investimento acima de 17% do PIB, isto sem falar na carga de impostos, da legislação trabalhista e sua urgente necessidade de revisão, na infra-estrutura e por aí vai. Há muito, o Chile, assim como o México, é detentor de tal grau de investimento e está, na escala de avaliação, uns cinco degraus a nossa frente. Apesar disso, não é um País desenvolvido, mas tem investido maciçamente na educação como meta para tal. O Brasil, além da área educacional, ainda tem um longo caminho na construção cultural para formação da base moral e do respeito aos seus contratos sociais e consciência de um povo. Chegará o dia em que o Presidente da República não fará elogios à atitudes como a do governador do Ceará Cid Gomes. Isso logo após dizer que finalmente o Brasil está sendo considerado um País sério. Está visível a caminhada em busca de um terceiro mandato.
Com toda sinceridade, ao olhar as precárias condições de nossa infra-estrutura, as condições da nossa educação, a desorganização de nossa rede da saúde, a ineficácia do sistema de defesa sanitária, o enorme contingente da população vivendo a base de “bolsa-família”, a economia dependente de créditos e endividamentos, a gigantesca dívida interna e o considerável desequilíbrio na balança comercial, não sei como vai manter tal “investiment grade” recebido. Desconfio, então, de que, na atitude das Agências de Avaliação, está embutida a busca de um novo campo para investimentos, neste mundo de carência energética e de alimentos. O capitalismo chegou com toda força exploradora e por ironia, no governo de seu maior defenestrador nos anos 80. O choque de valores.
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