7 de mai. de 2008

O Meirelles está certo

Por Chico Bruno

Tem um monte de gente batendo palmas para a elevação do Brasil a grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, que segundo este segmento deverá abrir caminho para investimentos de longo prazo no país, mas tem um monte preocupada, entre os quais, presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, os exportadores e outro tanto de analistas achando uma piada se darem tanta importância ao que não tem tanta importância.
Realmente é uma piada essa estória de “investment grade”. O importante jornal Financial Times se diverte com a colonizada e provinciana euforia tupiniquim perguntando e respondendo:
- A classificação da Standard & Poor's deveria ser tão importante? A resposta é não. Como aprendemos com a crise de crédito, é perigoso que tantos dêem tanto peso à avaliação de uma agência de classificação.
O jornalista Vínicius Queiroz Galvão define assim a estória do “investment grade”:
- Ainda não passou a onda constrangedora de bajulação colonizada e provinciana, de submissão intelectual à propaganda de um grupo de interesse (mercados financeiros) e outras vergonheiras que se seguiram à melhoria da nota de crédito do país. O que merecia rápido e pragmático "salut" tornou-se festa na taba, embora os silvícolas pareçam não entender direito o espelhinho e o facão que ganharam.
Por isso tudo, é que o presidente do BC, Henrique Meirelles, adverte que o anúncio da Standard & Poor’s não pode representar um afrouxamento das metas de inflação, política fiscal e tampouco representar mudanças no câmbio flutuante.
- A questão de ter mais dinheiro para investimento é extremamente positiva, nos dá a capacidade a médio e longo prazo para expandir com maior vigor a capacidade da economia e de crescer, afirmou Meirelles, que ao mesmo tempo alerta.
- Por outro lado, agora é importante que o Brasil continue, porque, como já dizia o meu avô, a economia não aceita desaforo: grau de investimento se ganha e se perde.
Para Meirelles a melhoria da classificação é um simbolismo que pode até atrair novos investimentos, mas não é tudo.
Vale lembrar, que as três casas de análise de risco, Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch, depois da crise financeira dos EUA estão com a bola tão murcha que mais parecem os três sobrinhos do Pato Donald.

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