12 de mai. de 2008

PAS: um pacote de idéias genéricas

Por Chico Bruno

O governo lançou o Plano Amazônia Sustentável (PAS), em abril de 2004, na capital do Acre, Rio Branco, com muita pompa. Relançou-o novamente, semana passada em Brasília, premido pela pressão do noticiário sobre a Amazônia, um cesto recheado de péssimas notícias.
O PAS lançado agora é o mesmo de 2004 com pequenas alterações. São as mesmas idéias inúteis de quem se arvora a produzir um documento sem ouvir os principais atores da região.
Convidaram os governadores da região e apresentaram um pacote com um embrulhinho safado. Nem uma novidade ao mínimo. Como sempre, quando se trata de Amazônia, o presidente Lula não abriu mão de repetir num longo discurso que é preciso combinar desenvolvimento e preservação ambiental, criar oportunidades para os habitantes da região e aprender muito mais sobre a realidade amazônica. Lula que anda com obsessão por maternidade tratou de apelidar a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) de “mãe” do PAS.
Com isso, seu governo agora tem duas “mães”, haja vista que Lula já havia conferido a Dilma Rousseff o título de “mãe” do PAC.
Além das más notícias que ecoam sobre a Amazônia pelo mundo, o presidente Lula está sendo fustigado pela ausência de contingentes do governo federal na região.
Numa tentativa de responder aos questionamentos Lula relançou o PAS, uma intervenção de puro marketing político, o que tem sido o ponto alto deste governo.
Durante a solenidade foi distribuído um folheto, lançado em 2007, com 24 páginas com dados sobre obras do PAC na região.
Como neste governo a máxima que a “propaganda é a alma do negócio” é usada à mão cheia, foi distribuído outro folder dando conta das ações de combate ao desmatamento.
A nova versão do PAS é uma piada. Não contém nada sobre como agregar valores aos produtos da floresta, a grande riqueza da Amazônia.
Aliás, a ministra Marina em entrevista ao programa “Bom Dia Ministro”, produzido pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e transmitido via satélite para rádios de todo o País nesta sexta-feira, 9, choveu no molhado, repetindo as mesmas mesmices sobre a Amazônia, que contrastam com a realidade do desmatamento, dos naufrágios, do tráfico de drogas, da prostituição infantil, dos crimes de mando, da impunidade dos criminosos e do assalto ao erário público praticado pelas autoridades amazônicas.
É lastimável que passados cinco anos e cinco meses o governo Lula não tenha trazido nenhum resultado para o povo amazônico, apenas um apanhado de idéias genéricas.

Um comentário:

ma gu disse...

Alô, Adriana.

Como é mesmo? Plano de Assalto à Selva?
O fecho da matéria é muito bom. Pena que o povo amazônico não se interessou nada e continua apoiando o duende vituperante.
E se os próprios interessados não se importam, porque é que nós iríamos esquentar a cabeça...