O primeiro escândalo do governo Lula decepcionou o senador Jefferson Peres (PDT-AM). A sucessão de mal-feitos do atual governo, o fez fazer um forte discurso antes das eleições de 2006. Nele mostrou seu desencanto com política.
- É a pior legislatura da qual já participei Senador Antonio Carlos Magalhães. Nunca vi um Congresso tão medíocre. Claro, com uma minoria ilustre, respeitável, a quem cumprimento. Mas uma maioria, infelizmente, tão medíocre, com nível intelectual e moral tão baixo, eu nunca vi. O que se pode esperar disso aí? Não sei. Eu não vou mais perder o meu tempo. Vou continuar protestando sempre, cumprindo o meu dever. Não teria justificativa dizer que não vou fazer mais nada. Vou cumprir rigorosamente o meu dever neste Senado até o último dia de mandato, mas para cá não quero mais voltar, não!
Depois desse discurso, o senador parecia cumprir tabela, aguardando o fim do mandato para se despedir da política.
Mas, a sessão de terça-feira, 20, da CPMI dos Cartões aumentou sua amargura com a política. Era visível sua desolação após a fatídica sessão, tanto que desabafou com o deputado Chico Alencar (PSol-RJ):
- Você vai se frustrar Chico. Desse mato não sai coelho.
Na quarta-feira, 21, o jornalista Josias de Souza encontrou-se com Jefferson nos corredores do Senado. Travaram o seguinte dialogo:
- E então, senador, tudo bem?
- Nem tanto, nem tanto, meu caro.
- O que houve?
- Não houve eis o problema. Tudo na mesma. Não sei se me animo a disputar outra eleição daqui a dois anos e meio. Para lhe ser franco, não sei nem se agüento isso aqui até 2010. É com certo pesar que constato, já não há espaço para a boa política.
Esses dois episódios, mais as últimas más notícias sobre personagens do seu partido, demonstravam a desilusão e a amargura que acompanhavam Jefferson Peres nos últimos dias.
O senador amazonense era uma ave rara convivendo em um ninho estranho. Ele fazia parte de um pequeno grupo, cuja soma não totaliza os dez dedos das mãos. Era uma das últimas referências éticas no Senado.
Para Peres a “inércia das autoridades” sempre foi a responsável pelos desmandos na Amazônia.
- A Amazônia não será internacionalizada coisa nenhuma, nem vamos perdê-la. O que ameaça a Amazônia não é a cobiça internacional, é a cupidez nacional, que está devastando a floresta em um ritmo alucinante, com a inação, com a inércia das autoridades federais, estaduais e municipais.
Essa declaração de Jefferson é de 2003 e demonstra que só agora se começa a perceber que ele estava certo.
O coração de Jefferson Peres não resistiu à desilusão e à amargura, que dia a dia vinham lhe retirando o prazer de fazer política.
A tribuna do plenário do Senado está empobrecida. Com a morte de Jefferson Peres, perde o Brasil, perde a política, perdemos todos nós que prezamos a ética.
Mas, a sessão de terça-feira, 20, da CPMI dos Cartões aumentou sua amargura com a política. Era visível sua desolação após a fatídica sessão, tanto que desabafou com o deputado Chico Alencar (PSol-RJ):
- Você vai se frustrar Chico. Desse mato não sai coelho.
Na quarta-feira, 21, o jornalista Josias de Souza encontrou-se com Jefferson nos corredores do Senado. Travaram o seguinte dialogo:
- E então, senador, tudo bem?
- Nem tanto, nem tanto, meu caro.
- O que houve?
- Não houve eis o problema. Tudo na mesma. Não sei se me animo a disputar outra eleição daqui a dois anos e meio. Para lhe ser franco, não sei nem se agüento isso aqui até 2010. É com certo pesar que constato, já não há espaço para a boa política.
Esses dois episódios, mais as últimas más notícias sobre personagens do seu partido, demonstravam a desilusão e a amargura que acompanhavam Jefferson Peres nos últimos dias.
O senador amazonense era uma ave rara convivendo em um ninho estranho. Ele fazia parte de um pequeno grupo, cuja soma não totaliza os dez dedos das mãos. Era uma das últimas referências éticas no Senado.
Para Peres a “inércia das autoridades” sempre foi a responsável pelos desmandos na Amazônia.
- A Amazônia não será internacionalizada coisa nenhuma, nem vamos perdê-la. O que ameaça a Amazônia não é a cobiça internacional, é a cupidez nacional, que está devastando a floresta em um ritmo alucinante, com a inação, com a inércia das autoridades federais, estaduais e municipais.
Essa declaração de Jefferson é de 2003 e demonstra que só agora se começa a perceber que ele estava certo.
O coração de Jefferson Peres não resistiu à desilusão e à amargura, que dia a dia vinham lhe retirando o prazer de fazer política.
A tribuna do plenário do Senado está empobrecida. Com a morte de Jefferson Peres, perde o Brasil, perde a política, perdemos todos nós que prezamos a ética.
Um comentário:
É, Adriana, só conhecer não é suficiente. Imagine o quanto esse homem conhecia e a sua situação de impotência diante da quadrilha e do cordão de puxa-sacos. Mas não terá sido em vão a sua luta. Ele não estava só. A pedra jogada no meio do rio vai fazendo marolas que vão se expandindo infinitamente. O sorriso torpe de Renan impune não há de durar para sempre. Ele que chamou o próprio filho de cruz não sabe reconhecer o que é um sacrifício nobre. Há de morrer em situação pior que Péres, pois já é um debochado e um defamado.
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