21 de mai. de 2008

Presidência da república

Por Peter Wilm Rosenfeld

Recentes declarações do Sr. da Silva deixam o cidadão brasileiro bastante preocupado.
Será que são somente bravatas ou ele pensa mesmo assim ?.
Recentemente, na Conferência realizada em Lima, Peru, referindo-se a uma observação feita pelo Presidente peruano de que as comunicações entre aquele País e o Brasil eram muito deficientes em matéria de vôos, disse o Sr. da Silva que, se as companhias de aviação brasileiras (todas privadas) não se interessassem em criar a linha, o Brasil pensaria em fazê-lo através de uma empresa estatal, que seria constituída para fazê-lo.
Como deve ser de conhecimento geral para quem acompanha os assuntos da aviação civil brasileira, nossas atuais empresas estão dando enfoque especial às rotas latino-americanas, deixando de lado (não totalmente, mas em boa parte) os vôos para a Europa, Estados Unidos (em que, diga-se de passagem, o Brasil já foi líder absoluto, com mais de 50% do mercado, através da Varig !).
Mas, para que uma empresa estabeleça um novo serviço, é necessário que exista, desde logo ou a curto prazo, um potencial aceitável de mercado. Uma empresa privada não pode se dispor a prestar um serviço sem ter um horizonte de lucro, em um prazo que ela própria determinará.
Pode o Sr. da Silva estar certo de que nossas duas maiores empresas de aviação já devem ter cogitado de iniciar vôos para Lima, só não o fazendo ainda porque as perspectivas de mercado não permitem prever um serviço minimamente rentável.
Em sendo assim, pode o Sr. da Silva ter certeza de que uma empresa estatal deficitária seria brutalmente custosa ao País.
Diga-se de passagem que o Sr. da Silva não “dá a mínima” para isso(o resultado). Se desse, a máquina do Governo não teria aumentado seu custo de forma tão brutal nos seis anos em meio em que está ocupando a Presidência.
Outra grande preocupação que temos é de como o Brasil agirá em relação às reivindicações de alguns países vizinhos: Paraguai no que respeita à parte financeira da Itaipu Binacional e a relacionada com os “brasiguaios” que vivem e produzem naquele País há muitos anos.
Com relação à Itaipu são dois os problemas: o acordo em si e o preço que pagamos ao Paraguai pela energia que lhe compramos. Na realidade, os dois assuntos estão intimamente relacionados.
Se deseja que lhe paguemos um preço maior, deveríamos também estabelecer que nos pague juros sobre o montante que lhe emprestamos para que pudesse participar do empreendimento.
Não é nada razoável que sejamos onerados com um preço maior que pagamos pela energia que nos fornece e que não queira nos pagar juros pelo montante que nos deve. Em meu entender, uma coisa está intimamente ligada à outra.
Com relação à Bolívia, tendo o Presidente Evo Morales declarado que está disposto a estatizar a exploração de gás (referiu-se apenas a duas empresas não-brasileiras, mas é de supor que estatize toda a exploração, o que incluiria a Petrobrás), será que mais uma vez dará um prejuízo enorme à empresa brasileira ? Digo mais uma vez porque, ao encampar as operações de petróleo, pagou ao Brasil apenas 50% do que havia investido (para nossa estatal, perda de aproximadamente Us$ 100 milhões).
Temos visto o Sr. da Silva ser “bonzinho”, “mão aberta”, com uma série de países, perdoando dívidas (sem a necessária autorização do Congresso Brasileiro), renegociando acordos e contratos, etc., com o propósito de fazer com que esses países votem certas proposições (p.ex., assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, entre outros) a favor do Brasil.
Diga-se que jamais tivemos êxito, o que significa que em todas as vezes o Brasil teve prejuízo. Será que isso é bom para as finanças da famosa “viúva” ? Duvido.
Estou certo de que o Brasil não deseja tripudiar sobre qualquer país, seja vizinho, seja latino-americano ou de qualquer outra região.
Mas também estou certo de que nenhum brasileiro concorda que cedamos sempre, a menos que seja por razões humanitárias.
Ainda temos muito a fazer, mas muito mesmo, para oferecer a nosso próprio povo condições de vida dignas: prover o Brasil de uma infra-estrutura mínima (saneamento básico, saúde, educação, segurança, suprimento de água e de energia elétrica, estradas, portos e aeroportos, etc.) decente.
Ah, finalmente, para tentar o quase impossível: proporcionar-nos uma elevação significativa da moralidade (honestidade, decência, pudor) de nossa classe política...

Um comentário:

Chacon disse...

Esse cara é realmente um mané. Tudo ele faz, tudo ele sabe, tudo ele entende, e..., só faz papel de ridículo. Vai criar uma cia de aviação para atender o Peru, será que esse homem não consegue pensar grande, pensar administrativamente, não tem a capacidade de ver o temos hj no Brasil? Esse é o problema de ter semi-analfabeto no governo.