Um governo para os pobres

Os bancos brasileiros de capital aberto, aqueles que têm suas ações negociadas pela Bovespa, a expressão máxima do capitalismo selvagem, apresentam sua maior rentabilidade em 14 anos, segundo cálculos da consultoria Economática. Em seis anos de governo Lula, os bancos nacionais registraram rentabilidade maior que a obtida nos oito anos de governo FHC.
Como se não bastasse, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a carga tributária representa 22,7% da renda dos 10% mais ricos. Para os 10% mais pobres, no entanto, o peso equivale a 32,8% de sua renda.
Esse dado servindo de material para a reforma tributária, mostrará que é esse injustiça tributária que acentua a desigualdade entre os brasileiros.
A base da arrecadação no Brasil é mais forte na chamada tributação indireta, ou seja, embutida em alimentos ou bens de consumo. Como o brasileiro mais pobre gasta a maior parte de sua renda em consumo, paga mais impostos.
É um modelo inaceitável, já que por conta da tributação desigual, a concentração das riquezas continua fortemente nas mãos dos mais ricos.
As informações são do presidente do Ipea, Márcio Pochmann. (foto) O estranho desses números é que os petistas, quando na oposição eram ferozmente contrários a essa situação, depois de estarem há quase 5 anos no poder, além da ineficiente, eleitoreira e deseducativa “Bolsa Esmola”, nada foi feito. (Giulio Sanmartini)