21 de mar. de 2007

Governo Complicado

Por Plínio Zabeu
Pelo que se nota dos últimos acontecimentos, ao menos existe motivos para diversão. Risos, galhofas, comentários até desairosos. Ora, se fosse para termos um programa humorístico lá, deveríamos ter votado no Chico Anísio, um autêntico profissional.
As pérolas ditas pelo presidente pouco faltam para um show. Uma delas foi sobre o “salário” dos ministros. Imaginem que o presidente chama-os de heróis, uma vez que concordam em trabalhar duro diariamente, com enorme responsabilidade, recebendo sete mil reais por mês. Chegou a se comparar com eles - ao se lembrar de sua meteórica carreira como metalúrgico – ao afirmar que um operário pode ganhar até mais que um ministro de estado.
Quem ouve isso se revolta. Afinal quem não conhece quanto luta um político para chegar ao posto de ministro ou de parlamentar? Existem deputados que gastam milhões para a eleição. Se somarem tudo o que ganhará nunca terão de volta o investimento.
Um exemplo foi de um ministro que agora deixou o cargo. Na sua atividade tinha um rendimento de mais de cem mil reais mensais. Deixou tudo para assumir o cargo. Tudo em nome da pátria, do dever cívico de contribuir para o bem do país etc..
O governo criou ministérios e milhares de cargos para colocar aliados políticos. Os 34 cargos maiores foram insuficientes. Acaba de criar um para abrigar um companheiro descontente com a substituição. O da Agricultura, negociado como “porteira fechada”, foi entregue a alguém envolvido com a justiça. Só o presidente não sabia, claro, como é regra com ele. Sempre o “último” a saber. Nomeia e tem que aceitar a “recusa”. De novo negociações para saber quem vai no lugar.
Cria-se um novo sistema de arrecadação, chamado de “Super Receita”. São unidas duas áreas, sempre visando mais e mais arrecadação que é o que mais sabe fazer o atual governo. Uma emenda salutar situando a real posição do fiscal e do juiz, que no projeto têm a função equivalente, é vetada pelo presidente sem uma explicação lógica.
Um “gênio” em matéria de favorecer corruptos, vem aí com nova lei, ou seja, que o tal foro privilegiado seja estendido a todos – todos mesmo – que tenham um dia ocupado um cargo publico, mesmo que dele tenha se aproveitado para enriquecimento fácil.
As coisas não param aí não. Está para nascer um novo ESTADO, para compensar derrotas eleitorais do clã Sarney. O chefe, senador fajuto por ser eleito em zona eleitoral onde não reside, quer sempre mais. E terá.
Até quando irá a temporada humorística?
pzabeu@uol.com.br

Um comentário:

Tiago Albineli Motta disse...

Só muda daqui a quatro anos... o povo parece já ter se esquecido dos crimes cometidos por este governo no mandato passado.