29 de mar. de 2007

OS HERÓIS DE LULA

Por Pedro Oliveira - jornalista e presidente do Instituto Cidadão

"Heróis são os que sobrevivem com o salário mínimo e passam fome”.
(Dom Geraldo Majella, presidente da CNBB).
Nasci e cresci sempre ouvindo dizer, mais tarde lendo noticias e depois comprovando que a maioria dos usineiros, senhores de engenho no Brasil e em especial no Nordeste, pouco estavam preocupados com o social e muito mais com o “engordamento” de suas fortunas “jurídicas” e pessoais. A prática nociva de lesar o fisco, os acordos imorais para surrupiar o erário, e sempre buscando vantagens nas suas relações com o setor público.
Esta semana lia que uma Usina de Açúcar foi denunciada pelo Ministério Público por cometer 13 infrações consideradas graves. Alguns trabalhadores contaram a maneira vil como eram explorados pela Usina. Um deles, Ezequiel Antônio de Araújo, contou que há cerca de 20 dias teve de passar o dia trabalhando sob o sol após ter cortado a mão com o facão. "Disseram que não iriam gastar combustível para me levar ao hospital. Tive de esperar o final do dia para poder conter o sangramento", afirmou ele, que disse ganhar em média R$ 14 por dia de trabalho. Os trabalhadores não tinham água potável nem contavam com abrigo para refeição. Ou almoçavam sob o sol ou se escondiam embaixo do de um ônibus. "Os trabalhadores estão submetidos a graves riscos de acidente", disse o procurador Luís Henrique Rafael.
Ouvia do sábio e preparado arcebispo dom Geraldo Majella, presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, sua indignação com as descabidas palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando num tresloucado ato de insanidade chamou os usineiros brasileiros de “heróis” , chocando a nação e desconstruindo sua origem de operário sofrido e explorado pelo capital e pelo poder dos que têm mais, muito mais.
"Nossa preocupação é que se transforme o Brasil em um imenso canavial. Não há País que tenha concentrado na cana-de-açúcar sua fonte de riqueza e tenha prosperado. Não é o etanol que vai salvar o mundo", afirmou dom Geraldo Majella, citando as ilhas do Caribe e mesmo o Nordeste brasileiro. Dom Odilo Scherer, o recém eleito arcebispo de São Paulo, disse que a produção de álcool traz impactos ambientais e sociais e teme ver o aumento de latifúndios e do êxodo rural. Os bispos comentaram ainda a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que os usineiros se transformaram em heróis no seu governo. "Não acredito que ele pense isso. As pessoas quando se entusiasmam dizem coisas como essa. Acredito que ele tenha apenas dito que é uma fonte de renda", disse dom Geraldo.
Mas, o presidente Lula é mesmo um homem cheio de “heróis”. Também os elegeu entre os seus ministros quando afirmava em mais uma de suas “verborragias” que o posto de ministro é de sacrifício e mal remunerado (como mudou o metalúrgico) e que os ministros por isso são também heróis. Teve a resposta nas palavras do lúcido, coerente e combativo senador Arthur Virgilio que dizia perplexo: “O País não necessita de um Ministério de heróis. Precisa de um Ministério integrado por homens competentes, íntegros e não envolvidos em processo que questione probidade. Se os cargos são de sacrifício, como diz o presidente da República, por que tanta briga tanta disputa pelos Ministérios, principalmente aqueles mais aquinhoados de recursos. Herói é o sacrificado povo brasileiro, com essa enorme carga tributária, com juros altíssimos, com a falta de emprego, com as filas do INSS”.
Com estas e outras tantas o presidente revela neste seu segundo mandato o seu lado oculto de preferência explícita pelos afagos do poder, pela submissão aos poderosos, as vantagens de mudar de lado e a traição de suas humildes origens, esquecidas nos tapetes e nas alcovas palacianas. Mas, o que se fazer? Lula é assim e cada um tem os heróis que merece.

2 comentários:

Anônimo disse...

De um ser dito humano, mas que nao passa de um pinguco semi alfabeti
sado, arrogante e prepotente, que jamais pensou em seu semelhante com
a real sensibilidade dos grandes ho
mens, pois e um mentiroso, nao se poderia esperar palavras tao infeli
ses.

Abreu disse...

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Esse 'pessoal' das igrejas vive dando uma no cravo e outra na ferradura. O que será que os moveu, dessa vez?
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