16 de mar. de 2007

Paguem!

Por Ralph J. Hofmann

Acabo de perceber que há uma injustiça que deve ser compensada.
Um dos mais conhecidos jornalistas de um país, segundo consta, democrático, foi despedido ante pressões governamentais sobre o órgão de imprensa para o qual trabalhava.
Não é nenhum jornalista norte-americano como os que avisaram o governo Truman de que a China estaria perdida se o governo não abandonasse a cega defesa do Kuomintang de Chiang Kai Scheck. Nem é um dos muitos escritores que perderam suas carreiras de roteiristas.
É pura e simplesmente Boris Cassoy, nosso Boris Cassoy, cujas críticas nunca ficaram circunscritas ao atual governo. Houve governo cometendo algo que desaprovasse, Boris Cassoy falava. Em outras eras aplaudido pelas pessoas que hoje governam este país.
Imagino que o governo retrucará que se o empregador de Boris Cassoy decidiu abrir mão de seus serviços não tem nada a ver com isto. Será. Por que uma empresa dispensaria um homem que atraia audiência? Por que o concorrente direto dessa empresa não o contratou?
Por que hoje a palavra lhe é cassada pelo ministro Waldir Pires, que de fato é governo? Creio que isto configura uma perseguição política.
Boris Cassoy deveria entrar na justiça hoje mesmo exigindo uma compensação do governo. Afinal, creio que ele ainda poderia continuar na ativa por mais uns 20 anos. Agora está afastado de todos os órgãos de imprensa que poderiam lhe dar uma remuneração à altura. Esqueçamos pensões. Creio que 20 anos do seu último salário na televisão serão o suficiente.
Afinal, quantas nulidades que provavelmente não chegariam a nada estão recebendo pensões de 15 a 20 mil reais, fora quantias compensatórias? Filhos de assassinos estão recebendo pensões por danos psicológicos por terem sido criados em Cuba, supostamente a Meca das esquerdas.
Há jurisprudência sobre isto. Os fatos geradores dessas polpudas compensações pagas pelo governo não são mais fortes do que os fatos da demissão e perseguição de Boris Cassoy.
Mas se o judiciário achar que deve pagar mais que 20 salários anuais ao Boris não poderemos fazer nada. O pessoal que decide está atacado de uma generosidade que só vemos em quem não paga a conta.

2 comentários:

PapoLivre disse...

Ralph parabéns pela sua intervençãqo sobre o Boris.A grande mídia?, vendida ao desgoverno, a maioria dos orgãos de imprensa estão tecnicamente falidos, repercutiu muito pouco a barbaridade feita com o Casoy. Nada me deixa boquiaberto neste país de bruzundungas

Anônimo disse...

Mais do que justo. Creio, porém, que dada a inteireza de caráter de Boris Casoy, ele não aceitaria tal pagamento.
Mas justo seria já que um Carlos Heitor Cony recebeu milhões de reais de indenização e vitaliciamente, 19 mil reais mensais da viúva, por algumas noites na prisão, por apoiar esses canalhas que hoje tomam conta do país. Terroristas como Dilma Roussef, Zé Dirceu, Genoíno, e tantos outros que hoje se locupletam com a canalha do PMDB para roubar a nação.