28 de mar. de 2007

Será que Alguém Sabe quem É?

Por Giulio Sanmartini

Alguém sabe quem é Matilde Ribeiro? Caso saiba, se a encontrar na rua irá reconhecê-la? Pois é, Matilde é ministra chefe de uma pasta que tem um longo e pomposo nome: Secretaria Especial de Políticas Promoção da Igualdade Racial (Seppir). É mole?
Pois é, esse seu ministério foi criado em 23 de março de 2003, portanto já completou 4 anos e teve somente ela como titular. O que a ministra fez até agora ninguém sabe, creio que só a vi numa foto de meu arquivo, onde tenho coisas impossíveis. Mas nada sei de suas realizações, se é que existiu alguma. Tenho a impressão que sua longevidade na pasta se deva ao fato de ser um ministério que ninguém quer, nem a Marta Suplicy, no auge de seu afã.
Pela primeira vez (pode ser que eu me engane) Matilde Ribeiro teve destaque nos jornais, não porque tenha feito algo digno de elogios, mas por ter saído de seu anonimato e obrado essa incomensurável besteira.
“As reações de um negro de não conviver com um branco, eu acho uma reação natural, quem foi açoitado a vida inteira não tem a obrigação de gostar de quem o açoitou”.
Já escrevi aqui, mas foi a muito tempo, portanto desculpem, mais vou repetir.
Fui criado no bairro carioca do Jacaré, bem perto da favela Jacarezinho. Minha família tinha uma atividade onde trabalhavam muitos dos que moravam na favela, assim também era na minha escola, tinha colegas de lá, ia à casa deles, eles vinham aa minha, havia amizade e assim, como era de se esperar, minha primeira namoradinha morava no Jacarezinho. Um dia fui levá-la em casa e ficamos conversando no portão, no dia seguinte, quando me propus a fazer o mesmo ele me fez ver que não poderia, pois o irmão mais velho a proibira de namorar um “branco azedo”. Portanto fui alvo de discriminação racial pela cor de minha pele. Assim como escravidão africana trouxe um estigma malvado, o escravo era reconhecido pela cor negra da pele, portanto em todo as Américas sem houve certo preconceito racial em maior e menor escala.
Mas a ministra comanda uma secretaria que no nome tem “igualdade racial”. Ora se entendermos igualdade como um fato que não apresenta diferença de qualidade ou valor numa comparação, concluímos que a ministra ao se mostrar preconceituosa, joga para o alto a igualdade, deixando assim de cumprir os objetivos de sua pasta. Teria sido melhor se continuasse como antes, calada para não dizer besteiras.

Leia a matéria em O Globo online
OAB critica a declaração da ministra

Leia a matéria em O Globo online

4 comentários:

Ralph J. Hofmann disse...

Giulio

Mesma coisa. Fui criado num bairro classe média alta ao lado da maior favela da CaxiaS do Sul da época. No começo havia rejeição, mais deles a mim pois meus pais ja,ais ,me perm,itiriam ares de granmdeza.

Mas a relação começou aos 9 anos. Quando chegamos aos 15 anos já eramos amigos.

Ralph

Abreu disse...

A 'ministra' é uma bela mulher.
Tem seu 'padrão' de beleza, reconheço.
Só que deveria ficar sempre tal como mostra a foto: de boca calada, pois, em "matéria de inteligência" ela bem que poderia ser chamada de 'loira'.
A propósito, será 'racismo' discriminar as loiras chamando-as de loiras?

NR: LOIRAS, por favor, não se ofendam!

Anônimo disse...

Sou casado com uma mulher branca, tenho uma filha branca e um neto branco, todos três sem quaisquer traços que os identifique como descendentes de negros. Meu cunhado é pardo, meu sogro era pardo e a avó de minha mulher negra, assim como suas irmãs e irmãos. Negros na acepção exata da palavra. Meu netinho tem traços de anemia falciforme, algo que me dizem, e disto não tenho certeza, é característica de pessoas negras.
Jamais tive ou tenho preconceito contra quem quer que seja. As qualidades das pessoas, para mim, está em seu comportamento ético, moral. O que torna a Ministra Matilde uma imbecil não é a cor de sua pele, mas sua atitude como pessoa, que se agrava por ser uma ministra de uma pasta que deveria pregar a igualdade racial e a boa convivência entre as pessoas.

Tiago Albineli Motta disse...

Incitação ao ódio racista é crime? Ela deveria ser autuada!