23 de mar. de 2007

Socorro...Preciso de um estado pra chamar de meu...

Mato Grosso está em pé de guerra político. O governador que se elegeu pelo PPS e foi praticamente expulso do partido por traição, foi para o PR – partido do rei, levando seus apoiadores e se lançou numa desvairada cooptação de prefeitos. Porém, Blairo no lugar de praticar uma política partidária pública, adotou uma linha de política empresarial privada. Comprou briga com o senador Jaime Campos (PFL), antiga liderança do estado. Jaime não tem papas na língua, aliás, essa é sua característica mais marcante, e soltou a voz durante um vôo entre Cuiabá e Brasília, conforme a matéria abaixo do jornalista Auro Ida. O Senador falou, falou, falou.....falou, tá falado!

Ruptura

"O governo Maggi está podre. Só não sofre impeachment porque segura ele na Assembléia Legislativa". A afirmação foi feita pelo senador Jaime Campos, um dos principais líderes do PFL, ao transformar o vôo JJ-3599 da TAM, que saiu do aeroporto Marechal Rondon às 5h30 da última terça-feira com destino a Brasília, num "comício" contra a administração estadual.
Ele sinalizou claramente que está caminhando para o rompimento com o governo Maggi. Sem papas na língua, Campos fez inúmeras acusações, entre elas, de que, na gestão da "turma da botina", a "comissão" subiu de 10% comum nos governos anteriores para 50%. "Um absurdo", avaliou.
De pé no corredor do avião, dirigindo-se ao deputado federal Homero Pereira, que estava ao lado do jornalista e advogado João Pedro Marques, Jaime Campos fez um verdadeiro comício e, em voz alta, bradou que o governo Maggi está uma vergonha e que existem uma enxurrada de dossiês contra a administração estadual.

"Há uma montanha de dossiê que irá abalar a República". O seu alvo principal foi a secretaria de Infra-Estrutura, cujo secretário é Vilceu Marchetti, indicado pelo PFL. Sentado na poltrona à frente, o secretário de Fazenda, Waldir Teis, fazia de conta que dormia, enquanto, por sua vez, o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, lia uma revista. Fingia que estava alheio ao destempero verbal do senador.
Enquanto isso, Homero sofria com os impropérios de Jaime, que o acusou de fazer "prospecção" de prefeitos em dificuldades para, depois, o secretário de Educação, Luiz Pagot, vir com "o mangueirão de diesel" para "arrebanhá-los para o PR. Meio sem jeito, Homero tentou se defender, mas o senador pefelista, nas duas horas de vôo, não deixou quase espaço para ele protestar. De bom, o parlamentar republicano ouviu de Jaime que irá se eleger senador da República em 2010, sucedendo o senador Jonas Pinheiro (PFL). "O Jonas não agüenta mais. O Homero será o sucessor dele no meio rural. O Jonas vai para casa depois desse mandato".
Depois de ouvir as críticas, acusações e as denúncias do senador Jaime Campos, João Pedro Marques tentou defender o governador Blairo Maggi, observando que o chefe do executivo estadual mandou apurar todas as denúncias que foram feitas contra a sua gestão. "Se tudo que o senhor está dizendo é verdade, tenho certeza que o governador não sabe. Acho que o senhor deveria falar para ele que irá tomar as providências", ponderou.
"Você está falando isso porque o Teis está aqui", reagiu Jaime Campos. Nesse momento, de acordo com a fonte, Teis acordou momentaneamente e olhou para trás. Sem se importar com o fato, o senador acusou ainda a turma da botina de ser "fominha". Segundo ele, "o povo (membros do governo) quer apanhar tudo. Não deixa nem uma merendinha, nem um cala boca", reclamou. No dia anterior à viagem, Jaime Campos informou a um grupo de pefelista do interior que não indicou ninguém para compor o governo do Estado. "Eu não indiquei. Apenas assinei a indicação do partido", ressaltou. Por isso, segundo ele, não tinha compromisso com o governo Maggi.

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