28 de jun. de 2007

Escândalos em Número

Por Plínio Zabeu

Pesquisa cuidadosa permitiu uma relação de escândalos ocorridos no país que choca a qualquer um minimamente informado e com senso de ética e moral.

A relação começa no governo Geisel, onde ocorreram 9 deles. No governo Figueiredo foram 10. Seis no de Sarney, 19 no pequeno tempo do Collor. Trinta e um no governo complementar do Itamar, 44 durante os dois mandatos de FHC. De 2003 até agora – governo Lula – nada menos de 104 (isso mesmo, cento e quatro) escândalos abalaram – ou deveriam ter abalado – o Brasil.
Já que ninguém foi punido exemplarmente por tudo isso (alguns até perderam mandato, mas sem maiores conseqüências) todos os que tiveram ou ainda têm oportunidade de se locupletarem saem a campo em busca de vantagens. Descompostura rola solta. Ninguém tem mais vergonha de aceitar um cargo, como no caso do tal Mangabeira Unger que deixou a cátedra na Harvard, para se sujar com um cargo criado pelo presidente de quem falou horrores (o mais corrupto do mundo) e onde terá vantagens múltiplas, pois só será cobrado depois de 2022. Com este ministério completaram-se 37 (faltam só 3).
No Senado a coisa vai realmente mal. 81 senadores, muitos nomeados sem nenhum voto, se reúnem, discutem vantagens e procuram de todas as formas encobrir falcatruas. Quando parecia que o Renan estava mesmo perdido ética e moralmente, eis que surge mais um deles – Joaquim Roriz – sujo com um cheque de mais de 2 milhões de um Banco, entregue a ele para descontar em dinheiro num outro banco (isso é impossível fazer de modo legal), ficando com 300 mil pra compra de um bezerro e devolvendo o resto em dinheiro vivo. E eles têm coragem de dizer que isso é normal!
O novo escândalo veio para encobrir o do Renan ou existiu mesmo? O fato real é que uma sujeira encobre a outra e assim vamos até o infinito. Ética e moral de há muito foram esquecidas naquele ambiente outrora bastante respeitado.
Para “julgar” falcatruas existe o Conselho de Ética, cuja presidência ninguém mais quer assumir. O último a sair sem apagar a luz foi o “senador” Sibá que não conseguiu enrolar mais gente e arquivar a sujeira do presidente do Senado e do Congresso brasileiro. Descompostura maior não é possível.
A bagunça continua. Falam até em honra, privacidade etc.. Nada disso vale.
Enquanto isso na Câmara vai em frente a votação da “reforma” política. Mais e mais engodo. Nenhuma proposta saudável que poderia trazer de volta a dignidade do legislativo, de há muito colocada no lixo.
pzabeu@uol.com.br

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