30 de jun. de 2007

A Nudez a Cada Dia Aparece Mais

Por Giulio Sanmartini

O Caos aéreo instalou-se nos aeroportos brasileiros 27 de outubro e esse primeiro “apagão” seguiu até 5 de novembro. Esses foram se “apagões” sucederam-se numa desenvoltura tão regular, que passaram a ser rotina na vida do país.

Nessa confusão, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva acumulou uma carrada de atitudes desastradas sem qualquer medida efetiva. Agiu de forma tíbia e equivocada, tudo fazendo desconfiar, que havia um intenção explícita de encobrir as irregularidades acontecidas durante a passagem pela presidência de Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), do hoje deputado (PT-PE) Carlos Wilson, que deixou muitas dúvidas sobre sua lisura.
Também não se sabe por quais motivos secretos vem mantendo até hoje frente ao ministério da Defesa o inerme e incompetente Waldir Pires.
Até naquilo que sabe fazer muito bem, bravatas, o presidente falhou. Fez tudo que tinha direito, começou por quebrar a hierarquia militar, depois, no dia 27 de março, Lula reuniu-se com o ministro da Defesa, Waldir Pires, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, com o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), José Carlos Pereira, e com o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi. e exigiu um prazo, com data e hora, para o fim da crise nos aeroportos do País e elege a solução para o impasse com os controladores de vôo "prioridade zero". "Um bom médico só pode acertar se tiver um diagnóstico. Não adianta ficar culpando um ou outro. Temos de resolver. Temos de dar uma solução para o caso", disse.
No dia 31/3, estabeleceu que em três dias o problema estaria resolvido e, no dia 4/5, com toda a pompa disse que: "a Aeronáutica está com responsabilidade de não permitir que aconteça mais isso. Obviamente que pode acontecer um ou outro atraso. Ontem (em 3 de abril), por exemplo, teve uma chuva muito forte em São Paulo e hoje (4 de abril) caiu um pequeno avião (da Força Aérea Brasileira) em Roraima". Todavia a coisa não foi bem assim, na segunda metade de junho mais um “apagão” dos grandes.
Mais uma vez bravatas e transferências de culpas, mas em hora alguma o presidente falou de forma realística sobre os motivos dessa crise: os recursos da área são mal administrados; os aeroportos não têm estrutura para atender a atual demanda; faltam controladores de tráfego aéreo, e os que estão aí não têm boas condições de trabalho; os radares têm zonas cegas; as comunicações por rádio falham. Basta que um desses elos da corrente não funcione para que todos os outros sejam comprometidos. Como estão todos na iminência de falhar, a vulnerabilidade do sistema - que há muito ultrapassou o seu limite - é enorme.
Nessa barafunda surge uma voz coerente, mesmo que contrariando as bravatas presidenciais, é a do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, afirmando que ainda não existe previsão para o fim da crise aérea no país. A declaração foi feita durante a cerimônia de formatura de 67 novos controladores de vôo na Escola de Especialistas da Aeronáutica, em Guaratinguetá.
Não é só na aeronáutica, o país inteiro está sem controle, em cada crise que aparece o presidente perde uma peça de sua roupa. O dia que ele ficar nu, ninguém sabe o que poderá acontecer, mas há a certeza que não será nada de bom.
(*) Na foto Waldir Pires comandando uma reunião com a turma do “apagão”

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