25 de jun. de 2007

O Mundo é em Moinho

Por Giulio Sanmartini

No dia 28 de maio último, ainda cedo, o plenário do Senado estava cheio de aliados de todos os partidos, para prestar solidariedade a Renan Calherios (PMDB-AL) e garantir sua estabilidade política no comando da Presidência da Casa. Numa cena rara, o plenário do Senado ficou lotado numa segunda-feira sem votação.
Renan Calheiros deu explicações a seus pares sobre as acusações que pesam sobre ele, de ter as contas pagas pelo lobista Cláudio Gontijo. No final do pronunciamento, Romero Jucá (PMDB-RR) pediu que Renan Calheiros suspendesse a sessão para que todos os senadores pudessem cumprimentá-lo. Sem qualquer constrangimento, Renan atendeu ao pedido de Jucá e foi receber os abraços solidários dos companheiros de Casa. (foto)
Mas aí começou o fim do senador, com estrada pavimentada de mentiras, documentos rasurados, falsos recibos, compradores inexistentes e tudo que ele teve direito em fazer de besteiras.
Mesmo Brasília sendo a Ilha da Fantasia, onde acontecem coisas incríveis , os congressistas sabem que não podem ignorar o clamor público, revelado numa pesquisa de opinião onde 63% dos entrevistados querem que Renan se licencie da presidência e outros 31% que renuncie a ao cargo.
Senadores que foram a seus Estados no fim de semana contam que foram cobrados na rua, e que é altíssimo o conhecimento do eleitor, notadamente o da Capital, sobre o caso envolvendo o presidente do Senado. O corporativismo ainda está vivo, hoje Renan seria absolvido se o voto, pusilanimimente for secreto. Mas com o voto aberto a história mudaria.
A imagem de Renan está definitivamente comprometida, não interessa o que venha a acontecer, poderá ser eleito o quanto quiser, mas se tornará um zumbi daquilo que era anteriormente, assim como o são Paulo Maluf, Jader Barbalho e Fernando Collor de Mello, que podem ser chamados de ladrão a qualquer momento, sem ter como contestar.
Ninguém quer ser visto junto a Renan, prova disso foi nessa sexta feira, quando ainda não se passou um mês de sua defesa triunfal, ele presidiu, a sessão plenária com a casa vazia, estavam lá somente 3 senadores. (foto)
Espera-se do Senado um mínimo de vergonha e dignidade, nesse exato momento que outra bomba está para estourar, a do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) e que não use esse outro escândalo cabeludo, para encobrir o anterior de igual atributo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Escândalos cabeludos na ilha da fantasia é o que não falta e não vai faltar enquanto tiver essa corja de malandros...
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