Por Felipe Werneck
Para governo do Rio, todos eram criminosos; comissão da Ordem não teve acesso a necropsias do Alemão
"A doméstica Rosa Goulart da Silva, de 38 anos, reconheceu ontem no Instituto Médico Legal (IML) o corpo do sobrinho Emerson Goulart, de 26 anos, uma das vítimas da operação policial de anteontem no complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio. A Secretaria da Segurança garante que todos os mortos tinham ligação com o crime. Rosa diz que o jovem apenas morava na região. Denúncias recebidas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) indicam que pelo menos 11 dos 19 mortos seriam moradores sem ligação com o tráfico.
'O Emerson era chaveiro, tinha dois filhos e trabalhava havia quatro anos no mesmo ponto lá no morro', declarou Rosa. Ela disse que a mãe de Emerson passou mal e não conseguiu ir ao IML. Até o fim da tarde havia sido divulgada a identificação de oito corpos. Na lista parcial, além de Emerson, havia quatro adolescentes (de 13, 14, 16 e 18 anos), dois jovens (de 21 e 22) e um adulto de 41 anos. (...)
No início da tarde, a Comissão de Direitos Humanos da OAB foi impedida pela direção do IML de acompanhar a necropsia dos corpos. O presidente da comissão, João Tancredo, recebeu informações de que vítimas foram executadas a facadas. A secretaria informou, porém, que os 19 morreram atingidos por projéteis. 'A comissão recebeu inúmeras denúncias de que houve execução sumária, um massacre de civis. E também há a informação de que a polícia promoveu uma série de saques no comércio e nas casas durante a operação."
Leia a matéria em O Estado de São Paulo
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