22 de jun. de 2007

Onde Está o Dinheiro

Por Fabiana Sanmartini

Ao ver os números astronômicos por conta da segurança pública, e olha que contam com R$ 92 bilhões por ano! Nós sequer notamos! A nós moradores do Rio de Janeiro, fica parecendo que esta verba não chega aqui. A título de curiosidade é um montante maior do que o investido na educação, recuperação de estradas e nas obras assistencialistas.
Ao que me parece é claro que só vamos conseguir mudar o quadro de violência e miséria se mudarmos o da educação. É educando que conseguimos formar cidadãos de bem. Veja as escolas da rede pública, salvo raríssimas exceções, estão num caos medonho. Os professores têm seus carros, celulares, roubados, quando não são agredidos fisicamente em sala de aula. Muitas vezes por alunos, algumas das vezes armados, outros por responsáveis, irresponsáveis que se fazem valer do conselho tutelar para ser conivente com a violência. Caso brando, por assim dizer, o da professora que teve seu cabelo queimado com o isqueiro por um aluno em Ribeirão Preto, SP. Aqui no Rio os marginais determinam os dias de aula e se não forem atendidos, entram quebrando tudo.
A Escola Estadual Dr. Christová Berbereia na Comunidade de São Mateus, em São João de Miriti, que teve 10 computadores doados pelo governo do estado que não podem ser usados porque seria necessária uma obra que construísse uma “gaiola” de ferro para assegurar que não fossem roubados. Escola essa que vem funcionando com o heroísmo de seus funcionários e professores, já que foi abandonada pelo governo. Afinal, ela é tão escondidinha, tão pequenininha, que não daria votos relevantes. Nesta mesma escola ao professores foram agredidos a coronhadas na festa de final de ano em 2006.
Ora um governo que se preocupa em mudar a nomenclatura de professor para “facilitador da educação” e de coordenador para “gerente”. Francamente, o que é um facilitador?
Será que não existe nas altas esferas do poder preocupações reais com a instrução, com a formação? Claro que seus filhos estudam em instituições particulares, então pra que a preocupação? É melhor começar a mudar, rever o conselho tutelar. Que é o mesmo que garante o direito dos menores. Direitos nem sempre aceitáveis como foi no caso do menino João Hélio, onde quem o fechou fora do carro foi um menor, assim só pode ficar detido por no máximo três anos. Pouco tempo para um crime desse calibre. É por conta da permissividade e da mão passada na cabeça que esses menores são sacados das escolas e numa disputa injusta, perdem os professores os alunos para o crime organizado. Não sou a favor da palmatória, pelo amor de Deus! Mas é que ela trocou de mão. Esta semana um aluno bateu em sua professora, do 5° ano porque essa mandou que guardasse o celular durante a aula, e a escola era particular.
Então acompanhe comigo, a indústria da ignorância favorece a violência e fortalece o crime. Então não adianta o discurso sobre compra de viaturas, armamentos e equipamentos de ultima geração porque o dito governo não vai ter quem leia as instruções. Tudo bem, o Presidente também não saberia.
REAGE
(*) Foto, Pais de alunos entraram o ano dormindo em filas para assegurar a matrícula dos filhos

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