6 de jul. de 2007

Lula defende Chávez na TV francesa

Do Claudio Humberto

O canal francês France24 internacional exibiu hoje entrevista em dois blocos de Lula no programa The Talk de Paris (veja aqui), onde o presidente, falando em Bruxelas, na Bélgica, vendeu mais uma vez o biocombustível brasileiro, negou possível escassez de alimentos com a extração de cana-de-açúcar e milho, uma iniciativa que, afirmou, poderá ajudar países pobres como a África e se mostrou preocupado em reduzir o aquecimento global. Louvou também a economia brasileira, o crescimento do emprego, o Bolsa Família. A emissora mostrou um documentário sobre a ascensão do presidente operário "que não fala nenhuma língua estrangeira", cenas de violência no Brasil, a grande popularidade presidencial, a quebra de patente de remédios contra a Aids e depois citou a briga do Congresso brasileiro com o presidente venezuelano Hugo Chávez, que chamou os parlamentares do Brasil de "papagaios de Washington" e deu ultimato de três meses para ser aceito no Mercosul. Lula riu muito amenizou, dizendo que "não há crise", avisando que "ninguém conseguirá que ele brigue com (Hugo) Chávez, que é meu amigo". Lembrou que a Venezuela não pode sair do bloco porque ainda não entrou e que o Congresso brasileiro é o mesmo que defendeu o presidente venezuelano quando houve o golpe de estado. "É uma das contradições da política, com as quais precisamos aprender a conviver, do contrário estaríamos brigando o tempo todo". Lula garantiu que vai continuar "com essa relação de amizade". E que se Chávez "quiser entrar no Mercosul, terá que cumprir as regras do bloco". Na segunda parte, fala da rodada de Doha, dizendo que é preciso fazer um acordo entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento para evitar "milhões de pessoas morrendo de fome". Lula pediu "flexibilidade' no mercado agrícola da Europa. Também falou da urbanização das favelas no Rio com ajuda federal e repetiu que "se o Estado não fizer, o crime organizado fará". Questinado pelo apresentador, pediu que ele "não fique impressionado" com a violência no Brasil, às vésperas do Pan no Rio e garantiu a segurança "muito sofisticada" do evento, que será testada, e que depois "tudo vai ficar lá". Telespectadores franceses fizeram perguntas ao vivo: um deles perguntou sobre a " impunidade dos políticos brasileiros". Lula respondeu que "duvido que em nenhum momento da história do Brasil se combateu tanto a corrupção, resultado de um governo que não aceita a corrupção, repetindo que não "será a imprensa a condenar, mas o poder judiciário", falando mais uma vez que "todos são inocentes até prova em contrário". Novamente lembrou a mãe, que recomendou que "andasse de cabeça erguida", que "todos sabem que sou honesto". Garantiu que o Brasil lutará por lugar no Conselho de Segurança da ONU, e terminou dizendo que "é feliz, que terminará o mandato chamando de 'companheiros' os antigos colegas de fábrica.

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