Acostumamo-nos a dizer que quando os deputados ou senadores em Brasília estão preparando alguma trapaça, estão preparando uma pizza.
A pizzaria da Câmara de Deputados tem funcionado a pleno vapor, dia e noite, na produção de pizzas de todas as espécies e sabores.
Não preciso citar cada uma das vezes em que isso aconteceu, pois toda essa vergonheira ainda está bem viva em nossas memórias. O consenso geral da população era de que aquele Congresso tinha sido o pior, o mais vergonhoso, de toda a história brasileira. Aliás, fazendo jus à expressão favorita do Presidente da República, qual seja, “de que nunca antes nesse País, desde...”. (variava o início, a partir do descobrimento, ou da proclamação da República...).
Foi triste e vergonhoso para todos nós, brasileiros.
Pois bem, estou agora detectando um aroma diferente, que não o de uma pizzaria.
Ainda não consegui defini-lo precisamente. Se de uma pocilga, ou de um lixão, ou o de uma de nossas fétidas cadeias, ou de uma substância em estado de putrefação, ou de uma cloaca. É difícil definir.
Enquanto no ano passado a pizzaria estava instalada na Câmara dos Deputados, atualmente (há algumas meses) o mau cheiro tem origem no Senado Federal, antigamente designado por Câmara Alta, pois era composto por políticos de mais idade e experiência, muitos deles verdadeiramente notáveis.
Em passado não muito remoto, um Presidente do Senado teve que renunciar para não ser cassado. O mesmo ocorreu com alguns senadores.
Agora estamos assistindo a um espetáculo deprimente. O atual Presidente, eleito pelo estado de Alagoas, meteu-se em uma embrulhada há algum tempo. Manteve relações sexuais fora do matrimônio, gerando uma filha. Não é por isso que a situação é vergonhosa, pois sabe-se que manter uma “teúda e manteúda” é algo bastante freqüente em todo o mundo. Em alguns países, ao ter reveladas suas atividades extraconjugais, o político envolvido é obrigado a renunciar a seu mandato (os não tão jovens, lembrarão que o exemplo mais emblemático há uns tantos anos foi o caso “Profumo”, na Inglaterra, que gerou um escândalo extraordinário na velha Albion (se fosse no Japão, o envolvido cometeria hara-kiri...).
A pizzaria da Câmara de Deputados tem funcionado a pleno vapor, dia e noite, na produção de pizzas de todas as espécies e sabores.
Não preciso citar cada uma das vezes em que isso aconteceu, pois toda essa vergonheira ainda está bem viva em nossas memórias. O consenso geral da população era de que aquele Congresso tinha sido o pior, o mais vergonhoso, de toda a história brasileira. Aliás, fazendo jus à expressão favorita do Presidente da República, qual seja, “de que nunca antes nesse País, desde...”. (variava o início, a partir do descobrimento, ou da proclamação da República...).
Foi triste e vergonhoso para todos nós, brasileiros.
Pois bem, estou agora detectando um aroma diferente, que não o de uma pizzaria.
Ainda não consegui defini-lo precisamente. Se de uma pocilga, ou de um lixão, ou o de uma de nossas fétidas cadeias, ou de uma substância em estado de putrefação, ou de uma cloaca. É difícil definir.
Enquanto no ano passado a pizzaria estava instalada na Câmara dos Deputados, atualmente (há algumas meses) o mau cheiro tem origem no Senado Federal, antigamente designado por Câmara Alta, pois era composto por políticos de mais idade e experiência, muitos deles verdadeiramente notáveis.
Em passado não muito remoto, um Presidente do Senado teve que renunciar para não ser cassado. O mesmo ocorreu com alguns senadores.
Agora estamos assistindo a um espetáculo deprimente. O atual Presidente, eleito pelo estado de Alagoas, meteu-se em uma embrulhada há algum tempo. Manteve relações sexuais fora do matrimônio, gerando uma filha. Não é por isso que a situação é vergonhosa, pois sabe-se que manter uma “teúda e manteúda” é algo bastante freqüente em todo o mundo. Em alguns países, ao ter reveladas suas atividades extraconjugais, o político envolvido é obrigado a renunciar a seu mandato (os não tão jovens, lembrarão que o exemplo mais emblemático há uns tantos anos foi o caso “Profumo”, na Inglaterra, que gerou um escândalo extraordinário na velha Albion (se fosse no Japão, o envolvido cometeria hara-kiri...).
Bem, os tempos mudaram, evoluíram como querem alguns, sendo agora aceitas relações extraconjugais, que se limitam a atingir a família dos envolvidos. Mas não é esse nosso caso, que se resume a duas perguntas: 1. Por que o Presidente do Senado fazia chegar às mãos da mãe de sua filha o que havia concordado em lhe pagar, através das mãos de uma interposta pessoa (que, casualmente, era lobista de uma grande empreiteira)? 2. Por que esses pagamentos eram sempre feitos em espécie e não via documento bancário? A isso o Presidente do Senado nunca respondeu, não deu uma única informação. Mais recentemente envolveu-se em documentos falsos para provar que possuía os recursos para cobrir esses pagamentos.
Se não bastasse isso, qualquer pessoa cuja lisura de procedimento tivesse sido colocada em dúvida, licenciar-se-ia para deixar seus pares, que têm a missão de julgar o problema, à vontade. Não o Presidente do Senado.
Agora, um de seus colegas (que preside a comissão de ética, ela própria passível de dúvidas quanto à sua ética), resolve devolver o processo à Mesa Diretoria do Senado. Mesa composta por Senadores eleitos pelos Estados de Alagoas, Acre, Paraíba, Amapá, Bahia, Piauí, Pará, Espírito Santo e Paraná (composição que representa muito corretamente as regiões brasileiras...). E a Mesa Diretora deverá arquivar o processo.
Sentiram o mau cheiro? Conseguiram identificá-lo?
Para culminar essa vergonheira no Senado Federal, temos que:
- O corregedor, mais conhecido por ter, no passado, procurado encontrar bois no pasto, declarou desde o início do escândalo, que queria inocentar o Presidente da casa. Pouco depois, quando outro senador foi acusado de estar envolvido em uma falcatrua, declarou exatamente o contrário, ou seja, que queria condenar esse Senador. Em nenhum dos dois casos tinha sequer olhado os documentos!!!
- O mais recente Presidente da Comissão de Ética está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal por irregularidades criminosas.
- Vários outros Senadores são suspeitos de terem participado de atos ilícitos.
Talvez agora meus leitores compreendam porque, em dois artigos recentes, expliquei as razões pelas quais me envergonhava de ser brasileiro.
ET: Quando já finalizado o texto acima, soube que a Mesa Diretora do Senado havia decidido devolver o processo relacionado com o Presidente à Comissão de Ética. Aguardemos para ver o que acontecerá, mas não duvido que o mau cheiro continue nesse órgão.
Se não bastasse isso, qualquer pessoa cuja lisura de procedimento tivesse sido colocada em dúvida, licenciar-se-ia para deixar seus pares, que têm a missão de julgar o problema, à vontade. Não o Presidente do Senado.
Agora, um de seus colegas (que preside a comissão de ética, ela própria passível de dúvidas quanto à sua ética), resolve devolver o processo à Mesa Diretoria do Senado. Mesa composta por Senadores eleitos pelos Estados de Alagoas, Acre, Paraíba, Amapá, Bahia, Piauí, Pará, Espírito Santo e Paraná (composição que representa muito corretamente as regiões brasileiras...). E a Mesa Diretora deverá arquivar o processo.
Sentiram o mau cheiro? Conseguiram identificá-lo?
Para culminar essa vergonheira no Senado Federal, temos que:
- O corregedor, mais conhecido por ter, no passado, procurado encontrar bois no pasto, declarou desde o início do escândalo, que queria inocentar o Presidente da casa. Pouco depois, quando outro senador foi acusado de estar envolvido em uma falcatrua, declarou exatamente o contrário, ou seja, que queria condenar esse Senador. Em nenhum dos dois casos tinha sequer olhado os documentos!!!
- O mais recente Presidente da Comissão de Ética está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal por irregularidades criminosas.
- Vários outros Senadores são suspeitos de terem participado de atos ilícitos.
Talvez agora meus leitores compreendam porque, em dois artigos recentes, expliquei as razões pelas quais me envergonhava de ser brasileiro.
ET: Quando já finalizado o texto acima, soube que a Mesa Diretora do Senado havia decidido devolver o processo relacionado com o Presidente à Comissão de Ética. Aguardemos para ver o que acontecerá, mas não duvido que o mau cheiro continue nesse órgão.
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