10 de jul. de 2007

O Dia da Pizza

Por Giulio Sanmartini


O segundo rei da Itália Umberto II, casou com uma prima em primeiro grau, Margherita di Savoia (foto), todavia o rei gostava mesmo era de Eugenia Attendolo Bolognini, uma formosa, alta e bem fornida mulher dos olhos azuis e cabelos pretos.
O casal real foi a Nápoles em 1889, para uma visita oficial, mas quando chegou a noite o rei foi para os braços de sua farta amante deixando a pobre rainha envolta na tristeza da solidão. Margherita era até bonita, mas não tinha altura e nem era calipígia (bunda bonita) como sua concorrente. Ao que tudo indica esse último atributo era de muito agrado ao rei.
O acabrunhamento da rainha não passou desapercebido a uma criada que a estava atendendo, esta como todos os napolitanos bem expansiva, no “conversa vai conversa vem”, conseguiu saber as causas daquela amargura e logo encontrou a solução:
- Majestade, faz-se necessário que coma uma pizza!
A rainha tinha nascido e vivia em Turim, nem sabia o que era aquilo, mas por curiosidade aceitou a oferta.
Era tarde da noite e a criada foi até o bairro dos Espanhóis, na parte pobre da cidade, mais precisamente na rua Chiaja (se pronuncia Quiaia), era lá que Pietro il Pizzaiolo, tinha sua pizzaria. Mas estava fechada devido ao horário, Pietro que dormia foi acordado para que fosse fazer uma pizza para a Rainha. Assim colocando os apetrechos necessários lá foi ele para o Palácio. Resolveu fazer algo de novo para impressionar a soberana, dessa forma depois de algum tempo Pietro entrou com uma pizza fumegante e irresistivelmente perfumada. Sobre o branco da mozzarella, havia colocado de uma lado fatias de tomate e de outro folhas de manjericão, compondo o tricolor da bandeira italiana e anunciou à curiosa rainha:
- Majestade, eis aqui a Pizza Margherita!
A rainha olhou, provou e aprovou a novidade, tanto que mandou que logo fizesse outra.
Os soldados a estadunidenses que estiveram em Nápoles durante a Segunda Guerra, levaram a pizza para a América. Hoje é o prato mais consumido no mundo, especialmente na variedade Margherita.
Como mostra a história, até na pizza da rainha, houve alguma sacanagem do rei. No Brasil a sacanagem que acaba em pizza é menos nobre, mas em compensação muito maior.
PS: Em 1996 comi a pizza margherita feita na casa que era de Pietro il Pizzaiolo, hoje pertencete a um antigo empregado Vincenzo Pagnani e acompanhada por violão e harmônica minha mulher cantou Core Ingrato (Catari). Inesquecível

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