Por Cris Azevedo
Há um fato que está passando despercebido pelo crivo da opinião pública, que é gravíssimo. Se é mesmo verdade - e é! - que a Anac "fajutou" um documento para a Justiça paulista, a fim de conseguir a liberação da pista do aeroporto de Congonhas, alegando que seriam permitidos os pousos com aeronaves do porte do Airbus somente com os dois reversos funcionando, existem sim culpados do acidente da TAM.
Em primeiro lugar, "deve ser" crime juntar um documento "virtual" apenas, que não foi distribuído, que fazia parte "de um estudo" (segundo Denise Charutão) a um processo, a fim de conseguir derrubar uma decisão judicial. É falsidade ideológica, no mínimo! Não tenho nenhuma formação jurídica, mas prestar falsas informações à Justiça deve ser crime. E quando a este crime tem uma conseqüência grave, qual seja, a morte de 199 pessoas, aí então trata-se de, ao meu ver, homicídio doloso.
A juíza proibiu o uso da pista justamente porque o MP concluiu que havia, sim, risco á vida dos passageiros de grandes aeronaves em pousos ali. A Anac sequer negou o perigo, nem poderia. Seus dirigentes, ao não fazê-lo, sabiam que os riscos eram reais, portanto. Tanto sabiam que anexaram a sua petição os argumentos que poderiam evitá-lo. O "detalhe" é que mentiram. Em nenhum momento, pressupõe-se, sequer cogitaram aplicar a medida. Agiram com dolo.
Os meses passaram, até que o acidente ocorreu, tal como o MP temia.
A TAM, por sua vez, diz que não foi informada pela Anac. Trata-se de uma tremenda coincidência o acidente ter-se dado justamente com um Airbus com reverso pinado, situação específica a ser teoricae falsamente proibida pela Anac naquele aeroporto. Seria coincidência ou era o fato tão corriqueiro que mereceu uma citação ipsis literis?
Fato é que a TAM não fez as revisões previstas. A anac, que diz fazer a fiscalização por amostragem, não percebeu nada, apesar da aeronave ter feito vinte e sete vôos com os reversos naquela condição. Presume-se que a Anac não foi informada ou, se foi, "esqueceu" do que escrevera à Justiça.
Um acidente aéreo dificilmente tem um culpado. Pode ser falha humana, da máquina, do tempo, da pista. Tínhamos um reverso pinado, pista escorregadia e curta, avião superlotado, sim. Mas ao que tudo indica, há um "culpado primário": o artifício criminoso da Anac para a liberação da pista, meses antes do acidente.
A se confirmar o dôlo junto á Justiça, é de se esperar que os dirigentes da Anac respondam pelo acidente criminalmente. Homicídio doloso.
Aquelas pessoas não sofreram acidente. Elas foram assassinadas.
Há um fato que está passando despercebido pelo crivo da opinião pública, que é gravíssimo. Se é mesmo verdade - e é! - que a Anac "fajutou" um documento para a Justiça paulista, a fim de conseguir a liberação da pista do aeroporto de Congonhas, alegando que seriam permitidos os pousos com aeronaves do porte do Airbus somente com os dois reversos funcionando, existem sim culpados do acidente da TAM.
Em primeiro lugar, "deve ser" crime juntar um documento "virtual" apenas, que não foi distribuído, que fazia parte "de um estudo" (segundo Denise Charutão) a um processo, a fim de conseguir derrubar uma decisão judicial. É falsidade ideológica, no mínimo! Não tenho nenhuma formação jurídica, mas prestar falsas informações à Justiça deve ser crime. E quando a este crime tem uma conseqüência grave, qual seja, a morte de 199 pessoas, aí então trata-se de, ao meu ver, homicídio doloso.
A juíza proibiu o uso da pista justamente porque o MP concluiu que havia, sim, risco á vida dos passageiros de grandes aeronaves em pousos ali. A Anac sequer negou o perigo, nem poderia. Seus dirigentes, ao não fazê-lo, sabiam que os riscos eram reais, portanto. Tanto sabiam que anexaram a sua petição os argumentos que poderiam evitá-lo. O "detalhe" é que mentiram. Em nenhum momento, pressupõe-se, sequer cogitaram aplicar a medida. Agiram com dolo.
Os meses passaram, até que o acidente ocorreu, tal como o MP temia.
A TAM, por sua vez, diz que não foi informada pela Anac. Trata-se de uma tremenda coincidência o acidente ter-se dado justamente com um Airbus com reverso pinado, situação específica a ser teoricae falsamente proibida pela Anac naquele aeroporto. Seria coincidência ou era o fato tão corriqueiro que mereceu uma citação ipsis literis?
Fato é que a TAM não fez as revisões previstas. A anac, que diz fazer a fiscalização por amostragem, não percebeu nada, apesar da aeronave ter feito vinte e sete vôos com os reversos naquela condição. Presume-se que a Anac não foi informada ou, se foi, "esqueceu" do que escrevera à Justiça.
Um acidente aéreo dificilmente tem um culpado. Pode ser falha humana, da máquina, do tempo, da pista. Tínhamos um reverso pinado, pista escorregadia e curta, avião superlotado, sim. Mas ao que tudo indica, há um "culpado primário": o artifício criminoso da Anac para a liberação da pista, meses antes do acidente.
A se confirmar o dôlo junto á Justiça, é de se esperar que os dirigentes da Anac respondam pelo acidente criminalmente. Homicídio doloso.
Aquelas pessoas não sofreram acidente. Elas foram assassinadas.
Um comentário:
Alô, Adriana
Licença para citar Lya Luft, em Veja de 01 de Agosto: "Quem devia agir com autoridade, demitir os incompetentes e reordenar esse escandaloso caos (há quem tenha coragem de dizer que não existe caos nos ares do Brasil) hesita e adia: os péssimos são mantidos em seus cargos, os corruptos são recompensados, os mais incompetentes recebem medalhas, insultando os mortos e os que por eles choram. Como os desinformados são também crédulos e os que sabem (com raras exceções) não querem se incomodar, não há esperança de melhora. Nada vai mudar.
Obs: Você faz parte das raras exceções.
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