Em contraposição ao movimento CANSEI o governo lança nova campanha publicitária:
Garoto propaganda:
Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe!
2 comentários:
Anônimo
disse...
A voz das ruas sumiu
"Ninguém neste país consegue colocar mais gente na rua do que eu", gabou-se o presidente Lula no dia 31 de julho. A frase deveria ter sido guardada para silenciar, num encontro dos chefes da aliança governista, os queixosos de sempre. Quem tem culpa no cartório deve tratar com mais carinho um homem que vive ajudando a colocar na rua gente que merece cadeia.
Muitos figurões da aliança federal já foram socorridos pelo Primeiro Advogado. Outros podem precisar dos seus serviços a qualquer momento. Sabem que serão prontamente atendidos. Para o presidente, bandidos de estimação não cometem crimes. Cometem erros, todos perdoáveis. A companheirada é gente boa. Pena que Lula tenha desperdiçado a frase no Improviso de Cuiabá. Endereçou-a, em tom de ameaça, a "essa gente que quer brincar com a democracia neste país". Subira novamente ao palanque o autoritário que, por trás da mais singela discordância, enxerga o dedo dos reacionários, a mão dos golpistas, a silhueta da elite que tentou por 500 anos erradicar a pobreza a bala. O plano sinistro só não se consumou porque Deus, bom brasileiro, premiou a pátria em perigo com o maior estadista da História. Enviado pela Providência, Lula não está para brincadeiras. Não admite críticas. Só elogios. Não aceita o convívio dos contrários. Exige a unanimidade a favor. Atormentado pela vaia no Maracanã, com o raciocínio escurecido pelo apagão interminável, Lula resolveu dividir o mundo entre amigos a proteger e inimigos a exterminar. Nessa categoria se enquadra qualquer brasileiro que ouse discordar do que o governo faz, fez ou deixou de fazer. Passageiros flagelados nos aeroportos, parentes de vítimas de acidentes, parlamentares oposicionistas, empresários aflitos com a carga tributária, jornalistas independentes - todos os que insistem em importunar o coro dos contentes se acotovelam no mesmo balaio dos jurados de morte. Se quiserem brigar na rua, advertiu o Improviso de Cuiabá, será mobilizado o exército leal ao campeão de popularidade. Dado o aviso, o Aerolula levou para longe da frente de combate o general de uma batalha que, como a de Itararé, não haverá. Primeiro, por falta de hábito. Os guerreiros do Brasil hoje só trocam chumbo pela internet. Depois, por falta de interessados em desfraldar bandeiras políticas. Neste ano, a Avenida Paulista foi duas vezes tomada por mais de 3 milhões de manifestantes. A primeira invasão reuniu devotos da Igreja Renascer, inconformados com a permanência numa cadeia americana da dupla de criminosos que lidera a seita. O espetáculo da multidão na avenida foi reprisado pelos participantes da Parada do Orgulho Gay. Falta motivação e sobra preguiça. Ricos não saem às ruas: mandam os outros. Os pobres preferem esperar em casa pelos trocados do Bolsa Família, que instituiu o coronelismo de Estado.
A classe média trabalha o tempo todo para pagar a conta. A voz rouca anda sumida faz tempo. Talvez tenha prolongado o recesso que tonifica. Talvez esteja morta de cansaço.
2 comentários:
A voz das ruas sumiu
"Ninguém neste país consegue colocar mais gente na rua do que eu", gabou-se o presidente Lula no dia 31 de julho. A frase deveria ter sido guardada para silenciar, num encontro dos chefes da aliança governista, os queixosos de sempre. Quem tem culpa no cartório deve tratar com mais carinho um homem que vive ajudando a colocar na rua gente que merece cadeia.
Muitos figurões da aliança federal já foram socorridos pelo Primeiro Advogado. Outros podem precisar dos seus serviços a qualquer momento. Sabem que serão prontamente atendidos. Para o presidente, bandidos de estimação não cometem crimes. Cometem erros, todos perdoáveis. A companheirada é gente boa.
Pena que Lula tenha desperdiçado a frase no Improviso de Cuiabá. Endereçou-a, em tom de ameaça, a "essa gente que quer brincar com a democracia neste país". Subira novamente ao palanque o autoritário que, por trás da mais singela discordância, enxerga o dedo dos reacionários, a mão dos golpistas, a silhueta da elite que tentou por 500 anos erradicar a pobreza a bala.
O plano sinistro só não se consumou porque Deus, bom brasileiro, premiou a pátria em perigo com o maior estadista da História. Enviado pela Providência, Lula não está para brincadeiras. Não admite críticas. Só elogios. Não aceita o convívio dos contrários. Exige a unanimidade a favor.
Atormentado pela vaia no Maracanã, com o raciocínio escurecido pelo apagão interminável, Lula resolveu dividir o mundo entre amigos a proteger e inimigos a exterminar. Nessa categoria se enquadra qualquer brasileiro que ouse discordar do que o governo faz, fez ou deixou de fazer.
Passageiros flagelados nos aeroportos, parentes de vítimas de acidentes, parlamentares oposicionistas, empresários aflitos com a carga tributária, jornalistas independentes - todos os que insistem em importunar o coro dos contentes se acotovelam no mesmo balaio dos jurados de morte.
Se quiserem brigar na rua, advertiu o Improviso de Cuiabá, será mobilizado o exército leal ao campeão de popularidade. Dado o aviso, o Aerolula levou para longe da frente de combate o general de uma batalha que, como a de Itararé, não haverá. Primeiro, por falta de hábito. Os guerreiros do Brasil hoje só trocam chumbo pela internet. Depois, por falta de interessados em desfraldar bandeiras políticas.
Neste ano, a Avenida Paulista foi duas vezes tomada por mais de 3 milhões de manifestantes. A primeira invasão reuniu devotos da Igreja Renascer, inconformados com a permanência numa cadeia americana da dupla de criminosos que lidera a seita. O espetáculo da multidão na avenida foi reprisado pelos participantes da Parada do Orgulho Gay.
Falta motivação e sobra preguiça. Ricos não saem às ruas: mandam os outros. Os pobres preferem esperar em casa pelos trocados do Bolsa Família, que instituiu o coronelismo de Estado.
A classe média trabalha o tempo todo para pagar a conta.
A voz rouca anda sumida faz tempo. Talvez tenha prolongado o recesso que tonifica. Talvez esteja morta de cansaço.
Augusto Nunes -JB online
Um belo texto
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