23 de ago. de 2007

O Milagre da Superação

Por Plínio Zabeu

Durante os jogos Para Pan, quem dedicou um pouco do precioso tempo para acompanhar os atletas mutilados ou deficientes físicos, experimentou sensações de emoção ímpar. Um grupo jogava vôlei sentados. Cegos disputaram corridas.
Outros ainda em cadeira de rodas jogavam basquete. Nadadores cumprindo metas consideradas impossíveis para a maioria do povo. Recorde de medalhas dos três tipos mostrou que quando alguém quer pode sim se recuperar de um infortúnio físico.
Na minha longa experiência, conheci e acompanhei muita gente assim. Alguém que num acidente tornou-se deficiente conseguir de alguma maneira uma reabilitação profissional é um retrato da força que o ser humano tem. Claro que muitos dependerão de uma ou de outra maneira de outrem. Mas no final mostram tudo o que podem. Isto nos dá uma grande alegria e esperança no ser humano. Parabéns a todos os que competiram e mostraram a garra, a vontade de superação e serviram – ou deveriam servir – de estímulo, de coragem para outros que sofrem ou sofrerão algum dia o infortúnio de uma lesão incapacitante.
Por outro lado, dá pena – e até um tanto de raiva – quando assistimos à conformação com a situação. Refiro-me ao número considerável de segurados da Previdência que, por receber um benefício simplesmente se recusam ou não levam a sério os programas oferecidos de reabilitação profissional. Engrossam a fila dos desocupados porque possuem uma deficiência parcial mas que poderiam supera-la mostrando seu valor como ser humano útil à sua família e à sociedade.
E se compararmos com os que, cheios de saúde, simplesmente se dedicam ao crime. Crimes brutais como os que diariamente vemos pelos jornais ou pela TV nos chocam e tanto nos revoltam. Há poucos dias um colega de São Paulo, durante o trabalho, ao chegar ao hospital foi abordado por um indivíduo sadio, sem nenhuma deficiência que, para roubar o celular do médico, sem nenhum motivo deu-lhe um tiro na cabeça matando-o friamente. Se for um dia preso ( no Brasil nem todos os criminosos cumprem pena) imediatamente passará a fazer parte dos grupos que mandam nas prisões e conseguem regalias via rebeliões. Também existem os criminosos que matam friamente, são julgados, condenados e ficam livres.
Fica registrado aqui nossos cumprimentos, nosso respeito, nossa admiração àqueles que conseguem superar uma deficiência física.
Lula, ao homenageá-los, colocou-se como um deles mostrando a mão onde falta o dedo mínimo. Mais seriedade excelência...
pzabeu@uol.com.br

2 comentários:

Anônimo disse...

Creio que chamá-los de deficientes, beira o ofensivo. Pois, com suas limitações conseguiram tantas medalhas. Parabéns, vocês são merecedores de nossos mais sinceros agradecimentos. Deficientes são aquela cambada de marginais que se apoderaram de dinheiro público e quiçá sairão impunes. Tomara Deus e a nossa Justiça, que isto não acontecerá.

Anônimo disse...

Mais um motivo pro Lula não ter o direito de se colocar como um deles reside no fato de o dito ter parado de trabalhar e se aposentado por ter perdido o dedo mínimo (da mão esquerda!)

Karin