22 de ago. de 2007

Reage Rio

Por Fabiana Sanmartini

É verdade, o problema da segurança no Rio de Janeiro não está somente na polícia do Estado, é bem pior. Vejamos que os bombeiros são os que nos socorrem de sinistros, afogamentos, acidentes em locais de difícil acesso, são sem sombra de dúvidas a imagem de heróis.
Médio! Até esta imagem foi manchada por inúmeros achaques a famílias na hora de liberar seus entes falecidos, indústria da dor. E agora tentativa de seqüestro, roubo de carro, utilizando uniforme da Polícia Federal. Falsa blitz, além de todas as outras barbáries que vem sendo expostas não só por nós, mas em todos os meios de comunicação. No caso Patrícia Belfort, irmã do lutador Victor Belfort, seqüestrada no ano de 2004, mais polícias envolvidos. Os mesmos que deveriam estar investigando o desaparecimento. Ontem à tarde no Morro do Chapadão, em Costa Barros, no Rio de Janeiro, outro jovem foi baleado em confronto com a polícia. Jonathan Nascimento Honorato, 23 anos, foi baleado por tiros de fuzil. A polícia alega que o jovem estava próximo aos traficantes, já a comunidade informa que não houve confronto e sim execução. Controvérsias à parte, a “patamo” que levava os policias estava com a numeração raspada, os moradores identificam como a de número 52-0747. Os familiares informam que Jonathan tinha dois registros na carteira de trabalho, trabalhou até fevereiro como faxineiro em um prédio no bairro de Botafogo. Tinha ensino médio e pensava cursar uma faculdade. Do confronto que matou o jovem a polícia apreendeu um quilo de maconha e outro de cocaína além de um revólver calibre 38. Grande operação! À noite quando os moradores faziam uma manifestação a Estrada do Pau, a patrulha voltou com os policiais sem identificação nas fardas. A polícia vem agindo como bandido, escondendo sua identidade, obrigatória quando em patrulha, raspando a identificação das viaturas, que são patrimônio público, pagos por nossos impostos bem como os salários de quem se prontifica a ser policial e deveria estar promovendo a segurança. Em contrapartida, coronéis, o diretor-geral de finanças, comandantes da Escola Superior da PM e do batalhão de Polícia Rodoviária entre outros bombeiros e policias, à paisana, sem fardas, farão um protesto desafiando o Governador Sérgio Cabral contra o aumento de R$ 8,00 (OITO REAIS) mensais, contra os baixos salários e pedido uma “limpeza” na corporação. Será dia 26, às 10h a praia de Ipanema. É a resposta que esperava, de quem faz da segurança uma vocação e não uma formação de quadrilha. Uno minha voz ao protesto por limpeza na segurança do Estado do Rio.
O Rio precisa mais do que do “pensamento positivo” pedido pelo presidente. Isto é uma mais uma brincadeira de péssimo gosto feita pelo dirigente de toda uma nação! Quando o assunto é segurança, saúde e educação é necessário que se tenha mais ação e menos demagogia barata. A propósito, demagogia no dicionário: “conjunto de processos políticos para captar e utilizar as paixões populares.” Estamos vacinados contra seus discursos cheios de improviso, apelos sem fundamento e propostas megalomaníacas. O carioca quer sorrir de novo, o Rio não é só “pra turista ver” é nosso, de quem mora aqui e tem o direito de sair às ruas.
(*) Na foto: soldado do corpo de bombeiros, disfarçado em Polícia Federal, no momento que achacava um emresário.

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