Por Giulio Sanmartini
Não lembro se foi 4 ou 5 de março de 1964. A presidência do país, com o abandono do cargo por João Goulart, tinha sido assumido pelo presidente da Câmara dos Deputados Paschoal Ranieri Mazzilli (ficou no cargo de 1° a 15 de abril de 1964), mas o poder na realidade era exercido pelo general Arthur da Costa e Silva (foto), que se auto denominou chefe do Comando Supremo da Revolução.
Fato é que Costa e Silva, na data que citei no início, deu uma entrevista na televisão, a primeira de um chefe militar, perguntado que seria feito pelos corruptos, “seu Arthur” estufou o petio e solenemente declarou:
- Ah! vamos prendê-los todos!
Meu avô que estava ao lado teve um ataque de risos e me explicou, que desde 1924 quando veio para o Brasil vira 3 revoluções, todos os vitoriosos prometiam botar os corrptos na cadei, mas ele nunca vira um que fosse, ser preso. Tinha razão, quando a presidência foi dada ao general Humberto de Alencar Castello Branco, teve como vice José Maria Alkimin, que era a negativa de tudo aquilo os novos donos do poder afirmavam.
O poder Juciário, agindo corretamente e como se esperava, está tentando punir os envolvidos no mensalão e que a União receba de volta o dinheiro que foi roubado. Meu avô já é morto, pontanto quem teve um ataque de risos amargos fui eu.
Para reforçar minha desesperanças, escreve Carlos Chagas:
"Pretende o Ministério Público que os mensaleiros devolvam, ao menos, R$ 55 milhões comprovadamente desviados dos cofres públicos para a compra de votos favoráveis ao governo, no Congresso. As ações de improbidade administrativa contra 37 envolvidos no escândalo correrão nas varas da Justiça Federal, exceção dos que detêm mandato parlamentar, cujo foro é o Supremo Tribunal Federal.
A denúncia dos procuradores coincide com o julgamento que o Supremo inicia hoje contra 40 mensaleiros para decidir se devem ou não responder penalmente pela participação na maracutaia.
Tudo pode dar em nada, é claro, porque os processos, individualizados, levarão anos para tramitar. Tanto os que, na teoria, poderão levar os quadrilheiros à cadeia, quanto os que visam ao ressarcimento do dinheiro roubado. Mesmo assim, as denúncias estão sendo positivas, à medida que despertam a opinião pública para a lambança praticada à sombra do Palácio do Planalto.
Mesmo que ninguém acabe preso, é possível que muitos se vejam obrigados a abrir o bolso. Alguns, como por exemplo José Dirceu, não terão dificuldades para efetuar a devolução. O ex-chefe da Casa Civil, hoje consultor de empresas, costuma até viajar pelo País em jatinhos fretados, sinal de andar bem fornido. Outros, porém, vão suar, como o professor Luizinho, flagrado recebendo apenas R$ 20 mil."
Não lembro se foi 4 ou 5 de março de 1964. A presidência do país, com o abandono do cargo por João Goulart, tinha sido assumido pelo presidente da Câmara dos Deputados Paschoal Ranieri Mazzilli (ficou no cargo de 1° a 15 de abril de 1964), mas o poder na realidade era exercido pelo general Arthur da Costa e Silva (foto), que se auto denominou chefe do Comando Supremo da Revolução.
Fato é que Costa e Silva, na data que citei no início, deu uma entrevista na televisão, a primeira de um chefe militar, perguntado que seria feito pelos corruptos, “seu Arthur” estufou o petio e solenemente declarou:
- Ah! vamos prendê-los todos!
Meu avô que estava ao lado teve um ataque de risos e me explicou, que desde 1924 quando veio para o Brasil vira 3 revoluções, todos os vitoriosos prometiam botar os corrptos na cadei, mas ele nunca vira um que fosse, ser preso. Tinha razão, quando a presidência foi dada ao general Humberto de Alencar Castello Branco, teve como vice José Maria Alkimin, que era a negativa de tudo aquilo os novos donos do poder afirmavam.
O poder Juciário, agindo corretamente e como se esperava, está tentando punir os envolvidos no mensalão e que a União receba de volta o dinheiro que foi roubado. Meu avô já é morto, pontanto quem teve um ataque de risos amargos fui eu.
Para reforçar minha desesperanças, escreve Carlos Chagas:
"Pretende o Ministério Público que os mensaleiros devolvam, ao menos, R$ 55 milhões comprovadamente desviados dos cofres públicos para a compra de votos favoráveis ao governo, no Congresso. As ações de improbidade administrativa contra 37 envolvidos no escândalo correrão nas varas da Justiça Federal, exceção dos que detêm mandato parlamentar, cujo foro é o Supremo Tribunal Federal.
A denúncia dos procuradores coincide com o julgamento que o Supremo inicia hoje contra 40 mensaleiros para decidir se devem ou não responder penalmente pela participação na maracutaia.
Tudo pode dar em nada, é claro, porque os processos, individualizados, levarão anos para tramitar. Tanto os que, na teoria, poderão levar os quadrilheiros à cadeia, quanto os que visam ao ressarcimento do dinheiro roubado. Mesmo assim, as denúncias estão sendo positivas, à medida que despertam a opinião pública para a lambança praticada à sombra do Palácio do Planalto.
Mesmo que ninguém acabe preso, é possível que muitos se vejam obrigados a abrir o bolso. Alguns, como por exemplo José Dirceu, não terão dificuldades para efetuar a devolução. O ex-chefe da Casa Civil, hoje consultor de empresas, costuma até viajar pelo País em jatinhos fretados, sinal de andar bem fornido. Outros, porém, vão suar, como o professor Luizinho, flagrado recebendo apenas R$ 20 mil."
Nenhum comentário:
Postar um comentário