31 de ago. de 2007

Somos apressadinhos

Por Ralph J. Hofmann

No fim dos anos 80, cansado de entrar em filas devido à falta de álcool para meu carro, reformei o motor do mesmo e o converti para gasolina. O preço mundial do açúcar havia melhorado, os usineiros haviam desviado matéria prima para o açúcar, e não havia suficiente álcool carburante. Viajar de carro a álcool se tornara um inferno. Certa vez, tarde da noite, o carro cheio de crianças cansadas de viajar cheguei a comprar trinta litros de álcool de limpeza em um armazém na estrada e (dica para os curiosos) o filtrei com filtros de papel para café para usar no carro.
Isso aconteceu com um produto já maduro como o Pró-alcool. Contudo discutindo entre amigos o que poderia acontecer, minha turma de mesa de bar já havia previsto isto lá por 1978. Quando soube que o soja seria um dos componentes do H-BIO calei-me. Considerei que o Brasil flutua num mar de soja e que, por outro lado, ao menos os técnicos engajados nos bio-qualquer-coisa levariam em conta demanda/suprimento.
O pior é que Lula não cansa de exigir acesso de nosso álcool ao mercado americano ridicularizando o álcool de milho que eles usam no seu “gasohol”. Bem, conforme material lido no Newsletter Videversus.


PETROBRÁS PÁRA DE PRODUZIR H-BIO

A alta do preço do óleo de soja levou a Petrobras a suspender a produção do H-Bio, um novo tipo de diesel apresentado com grande destaque pela estatal, em maio do ano passado, como uma evolução na tecnologia de produção de derivados de petróleo. O produto leva óleos vegetais em sua mistura e, segundo a empresa, não vale a pena, neste momento, vendê-lo ao mesmo preço do diesel derivado de petróleo. As altas cotações dos óleos vegetais são motivo de preocupação também para as distribuidoras de combustíveis, que começam a negociar contratos de fornecimento de biodiesel para o ano que vem. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea), a cotação do óleo de soja bateu recorde na Bolsa de Chicago em julho, atingindo os US$ 832,26 por tonelada. Em São Paulo, o produto fechou o mês com um preço médio de R$ 1.703,36 por tonelada, valor 36,2% superior ao registrado em julho do ano passado. Pesquisadores da entidade apontam como causa o aquecimento do mercado interno, que vem reduzindo os estoques em mãos dos produtores. "Hoje não compensa produzir o H-Bio", afirmou, na quarta-feira, o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Apesar do cenário atual, a companhia tem como meta produzir 425 milhões de litros de H-Bio em 2008, volume que deve saltar para 1,6 bilhão de litros em 2012, após investimentos de US$ 60 milhões, previstos no planejamento estratégico divulgado no início do mês. Executivos do setor de combustíveis dizem que um outro problema começa a surgir com a disparada do preço do óleo de soja: o risco de que empresas vencedoras dos leilões de biodiesel da Agência Nacional do Petróleo (ANP) não entreguem os produtos.

(Fonte – VIDEVERSUS – Newsletter)

2 comentários:

Anônimo disse...

ZEPOVO
O alcool de milho é mais caro que o produzido à partir da cana. Os States não pode produzir tanto milho como seria necessário e querem o alcool brasileiro. Só que querem que a produção aqui seja feita por empresas americanas, até o plantio da cana querem dominar,como foi feito com a industria de automoveis. Assim os brasileiros ficam com os empregos, e os americanos com o lucro. never...chegou a hora da onça beber alcool...

Ralph J. Hofmann disse...

Olha, de cara não comparei cana com milho, comparei soja com milho. E aí sim há semelhanças de custo.
Em segundo lugar vivo ouvindo que os Chineses, ou qualquer outro país, patrocinados pelo governo vão produzir álcool aqui. Que se fará joint-ventures e blábláblá.

A indústria da cana nos EEUU é de cubanos livres. Serve?

De resto, seus comentários são absolutas quimeras. Há vinte países no Caribe ansiosos por um investimento em cana,não mprecisam do território Brasileiro. Tecnologia, tem a australiana. E não sei de um único projeto em estudo para produzir fora dos EEUU.
A verdade é que essa é o lobby do milho que está levando.
E o amigo tem de parar de olhar para o próprio umbigo. Sua posição é brasilcêntrica.