23 de set. de 2007

Esticando a corda

Por Chico Bruno

Neste domingo, 23 de setembro de 2007, o presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), absolvido na primeira das quatro acusações, que lhe tirou o sossego durante mais de cem dias, chove no molhado em três entrevistas concedidas por escrito aos jornais Correio Braziliense, Gazeta de Alagoas e Zero Hora.
Renan repisa a cascata que adotou desde a denúncia. “Sou inocente, esse escândalo é falso” e pa-ta-ti-pa-ta-tá. Três entrevistas que não acrescentam nadica de nada. Renan saiu pela tangente em todas as respostas.
Renan, nas entrevistas, não cita nomes de senadores, nem para elogiar, nem para descer o malho. Poderia ao menos agradecer a tropa de choque, mas nem a isso ele se atreve. O único nome citado por ele é o do presidente Lula. Ao citá-lo explora uma intimidade duvidosa.
Renan não está de bem com a vida, por que não cumpriu o combinado com o Planalto e o PT, que esperavam um gesto de renúncia ou pedido de licença da presidência do Senado.
Aproveitando a falta de palavra de Renan, a oposição radicalizou, aproveitando a deixa, cada vez mais evidente, de que o PT se colocou contrário à permanência de Calheiros na presidência.
O alagoano errou na avaliação. Para ele, passado o primeiro obstáculo, o jogo estaria ganho. Não é o que está acontecendo. Ao contrário, “devagar, devagarinho”, como canta Martinho da Vila, Renan está perdendo o apoio decisivo para sua absolvição proveniente do Planalto e do PT e, até, no PMDB.
Vale lembrar, que entre os membros da sua tropa de choque, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) obedece ao comando do titular do mandato, senador Hélio Costa, e o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) cumpre cegamente as ordens de José Sarney, a quem deve o mandato, usurpado de João Capiberibe, que aguarda o julgamento de um recurso que se encontra adormecido em uma gaveta do STF.
Salgado e Borges, já dão sinais que Sarney e Costa, também, não ficaram satisfeitos com a palavra descumprida por Renan. Resta a Renan, o fiel Almeida Lima (PMDB-SE), que está adorando o espaço na mídia, usando a máxima do falecido crítico cinematográfico Adolfo Cruz: “Falem mal, mas falem do cinema nacional”.
O senador alagoano parece que está levando ao pé da letra o conselho de Jader Barbalho de resistir na cadeira de presidente do Senado. Nas entrevistas, Renan dá demonstrações claras que não pretende desgrudar do trono.
Ele trabalha com a exploração dos segredos que possui sobre alguns senadores para pressioná-los. Na semana passada, ele usou um destes segredos atingindo o senador Tião Viana (PT-AC), vice-presidente da Casa. Em Brasília creditam a Renan, a revelação de que uma servidora do gabinete de Tião dava expediente na sede do PT. Aliás, como presidente do Senado, o alagoano deve ter um arsenal gigante, com munição suficiente para explodir o Senado.
Corre a boca pequena entre servidores do Senado, que no dia anterior a sessão secreta, Renan ameaçou, em caso de ter o seu mandato cassado, contar casos e causos que manchariam a reputação da Casa definitivamente. Dizem esses assessores, que os senadores preferiram absolve-lo, que pagar para ver.
Renan está esticando a corda ao não acatar o acordo agendado com o Planalto e o PT e isso pode lhe custar o mandato, haja vista, que já existem senadores preferindo pagar para ver, que ficar com a corda no pescoço indefinidamente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Escândalos pipocando e a caravana de Renan passa: e quem está por traz da pipocada toda??? RENAN!!!. Jogando todas as cartas que tem nas mangas, para tirar o dele da reta e doa a quem doer. Documentação farta desde a velha república o cabra da peste tem.

No livro, Contadores de Balelas de Renan, escrito em 1983 o prefácio é de Ulysses Guimarães "Renan Calheiros não tem medo dos poderosos do dinheiro, dos facínoras da violência, dos aproveitadores da corrupção"
Fiquem atentos: quanto mais cutucarem o Moranguinho do Nordeste, mais excrementos ele jogará no ventilador... O HOMEM NUM É FRACO NÃO, TE CUIDA GALERA...