Por Giulio Sanmartini
Em 1982, estava fazendo uma viagem de ônibus que me levaria de São Paulo à Feira de Santana (BA). Ao meu lado estavam dois irmãos, que tinham ido tentar a vida na grande cidade, mas a empreitada não dera certo e eles, juntando os últimos tostões, voltavam de onde tinham saído: Teófilo Otoni (MG). O ônibus chegou por aqueles lados, madrugada alta e assim que saíram um deles ajoelhou-se, beijou o chão e gritou cheio de júbilo:
- Teófilo Otoni, terra abençoada por Deus. Ele estava voltando para casa e, como se diz na Amazônia, “quem vai pra casa não se molha.”
Conto isso em função de pequena carta que recebi de um leitor, contra as críticas que fiz à Brasília (Uma Cidade Problema – 17/9), ele faz um panegírico à cidade, nada posso dizer com relação a isso. Ele fala de sua casa, ponto e fim! Mas no final ele deu uma derrapada quando usa como fecho o seguinte: Viva JK um liberal!
Desde que acompanho a política brasileira, coleciono as lendas criadas a favor ou contra os presidentes. De Getúlio, dizia-se ser pai dos pobres, mas o era muito mais da pobreza. Jânio e Goulart ficaram um pequeno e conturbado período, poucas de lendas surgiram. Dos militares exaltava-se a honestidade. Mas, conta-se à boca pequena que Costa e Silva, tenha tido o distúrbio que o levou à morte, quanto tomou conhecimento que a mulher e o filho metiam a mão nos cofres públicos. Figueiredo, sem segredo algum, ganhou de presente de um empresário um apartamento da praia da Gávea (São Conrado – RJ), no valor de mais de 1 milhão de dólares, a lisura impede que um presidente aceite tal mimo. Sarney é um ser amorfo, não tem grandeza nem nas qualidades nem nos defeitos. Fernando Collor de desonestidade pessoal indiscutível, pode-se dizer em seus favor que tirou o Brasil do atraso estatizante. Itamar é um homem sério e inatacável. Fernando Henrique Cardoso, somo sociólogo, socialista e o escambau estuprou a Constituição para satisfazer suas vaidades pessoais.
Agora dizer que Juscelino Kubitschek tenha sido um liberal é uma grande falácia, jamais pode ter essa qualidade quem se vale da censura ao ser criticado. Cito dois censurados durante seu governo pois ainda estão vivos: Juca Chaves, que teve duas músicas proibidas: “Brasil já vai para guerra”, que criticava a compra de um anacrônico hidroavião (minas Gerais) e “Presidente Bossa Nova”, que ironizava suas intermináveis viagens (para a época) de avião.
O mais atingido pela censura de Juscelino foi o escritor Millôr Fernandes, apresentava na TV Itacolomi, de Belo Horizonte, a convite de Frederico Chateaubriand, uma série de programas intitulada “Universidade do Méier”, na qual desenhava enquanto fazia comentários. Posteriormente, o programa foi transferido para a TV Tupi do Rio de Janeiro, com o título de “Treze lições de um ignorante” e suspenso por ordem do governo Juscelino Kubitschek após uma crítica à primeira dama do país: Disse Millôr: "Dona Sarah Kubitschek chegou ontem ao Brasil depois de 5 meses de viagem à Europa e foi condecorada com a Ordem do Mérito do Trabalho."
Quem com o poder faz uso da mordaça, pode ser tudo, menos liberal.
Em 1982, estava fazendo uma viagem de ônibus que me levaria de São Paulo à Feira de Santana (BA). Ao meu lado estavam dois irmãos, que tinham ido tentar a vida na grande cidade, mas a empreitada não dera certo e eles, juntando os últimos tostões, voltavam de onde tinham saído: Teófilo Otoni (MG). O ônibus chegou por aqueles lados, madrugada alta e assim que saíram um deles ajoelhou-se, beijou o chão e gritou cheio de júbilo:
- Teófilo Otoni, terra abençoada por Deus. Ele estava voltando para casa e, como se diz na Amazônia, “quem vai pra casa não se molha.”Conto isso em função de pequena carta que recebi de um leitor, contra as críticas que fiz à Brasília (Uma Cidade Problema – 17/9), ele faz um panegírico à cidade, nada posso dizer com relação a isso. Ele fala de sua casa, ponto e fim! Mas no final ele deu uma derrapada quando usa como fecho o seguinte: Viva JK um liberal!
Desde que acompanho a política brasileira, coleciono as lendas criadas a favor ou contra os presidentes. De Getúlio, dizia-se ser pai dos pobres, mas o era muito mais da pobreza. Jânio e Goulart ficaram um pequeno e conturbado período, poucas de lendas surgiram. Dos militares exaltava-se a honestidade. Mas, conta-se à boca pequena que Costa e Silva, tenha tido o distúrbio que o levou à morte, quanto tomou conhecimento que a mulher e o filho metiam a mão nos cofres públicos. Figueiredo, sem segredo algum, ganhou de presente de um empresário um apartamento da praia da Gávea (São Conrado – RJ), no valor de mais de 1 milhão de dólares, a lisura impede que um presidente aceite tal mimo. Sarney é um ser amorfo, não tem grandeza nem nas qualidades nem nos defeitos. Fernando Collor de desonestidade pessoal indiscutível, pode-se dizer em seus favor que tirou o Brasil do atraso estatizante. Itamar é um homem sério e inatacável. Fernando Henrique Cardoso, somo sociólogo, socialista e o escambau estuprou a Constituição para satisfazer suas vaidades pessoais.
Agora dizer que Juscelino Kubitschek tenha sido um liberal é uma grande falácia, jamais pode ter essa qualidade quem se vale da censura ao ser criticado. Cito dois censurados durante seu governo pois ainda estão vivos: Juca Chaves, que teve duas músicas proibidas: “Brasil já vai para guerra”, que criticava a compra de um anacrônico hidroavião (minas Gerais) e “Presidente Bossa Nova”, que ironizava suas intermináveis viagens (para a época) de avião.
O mais atingido pela censura de Juscelino foi o escritor Millôr Fernandes, apresentava na TV Itacolomi, de Belo Horizonte, a convite de Frederico Chateaubriand, uma série de programas intitulada “Universidade do Méier”, na qual desenhava enquanto fazia comentários. Posteriormente, o programa foi transferido para a TV Tupi do Rio de Janeiro, com o título de “Treze lições de um ignorante” e suspenso por ordem do governo Juscelino Kubitschek após uma crítica à primeira dama do país: Disse Millôr: "Dona Sarah Kubitschek chegou ontem ao Brasil depois de 5 meses de viagem à Europa e foi condecorada com a Ordem do Mérito do Trabalho."
Quem com o poder faz uso da mordaça, pode ser tudo, menos liberal.
4 comentários:
Há individuos que não deveriam ter nascido. JK é um deles.
Juca Chaves também teve de se esconder da polícia do Rio Grande do Sul quando Brizola era governador (cunhado do Jango). Acho até que foi preso.
JK foi um liberal sim,mas liberal para a década de 50 é diferente de hoje,nos EUA por exemplo negros não podiam frequentar a escola de brancos.JK governou no fio da navalha de um lado a UDN do outro os militares.O maior embate de JK era com Carlos Larceda.Dos governos Brasileiros foi o melhor na minha opinião; compartilhada por Olavo De Carvalho segundo um artigo seu.
Alô, Giulio.
Comentei aqui com uma frase lapidar do Millôr. Acredito que você tenha moderado, e depois acho que compreendi.
Postar um comentário