4 de set. de 2007

Sem Querer Fazer Cinema

Por Fabiana Sanmartini

Mais uma vez a população moradora de comunidades mostra que esta disposta a ajudar as operações policias que tenham gosto de vitamina de criança e não de remédio amargo!
Na Favela do Fumacê, no Realengo, com a ajuda da comunidade, alguma coisa como 250 policiais de delegacias especializadas diferentes, entraram na comunidade, aguardaram o final de um baile funk e é claro que com troca de tiros, apreenderam armas e sete prováveis traficantes foram mortos. É bem verdade que o chefe do tráfico, Thiago Bezerra da Silva Gomes, o Tiaguinho, de 28 anos conseguiu fugir. O delegado de DRAE (Delegacia de Repressão a Armas e Entorpecentes) à frente da operação, declarou "Sabíamos onde estavam os principais homens do tráfico e conseguimos pegar a maior parte deles. Planejamos muito bem e tivemos a colaboração da comunidade. Por isso, nenhum inocente ficou ferido". A operação que levou apenas três meses sendo planejada e contou com informações da rotina do narcotráfico dadas pela comunidade, teve inicio, aparentemente, pelo mesmo motivo que a desastrosa invasão do Complexo do Alemão, em represália à morte de um policial. Neste caso, Antonio Carlos Ferreira, policial civil que foi reconhecido em uma falsa blitz em março deste ano na Estrada da Água Branca, no mesmo bairro. Parabéns a organização do DRAE, ao delegado que à frente da operação, ao invés de aguardar os aplausos e colocar em risco a dignidade das pessoas da comunidade, não brincou de Rambo, não quis fazer cinema, isto é para atores. Quando se é responsável por manter sustentados os direitos da população, onde quer que seja não se saqueia, não se mata simplesmente como uma metralhadora de repetição. Estratégia é uma arte conhecida por poucos e ficou provado que quem quiser fazer funcionar, pode organizar-se sim e não fazer um cenário de horror, com conseqüências de gigantesca tragédia e incompetência assinada como vimos anteriormente.

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