26 de set. de 2007

Tentando Entender uma CPI

Por Plínio Zabeu

Não adianta mesmo, mas, pelo menos ninguém pode dizer que deixamos de lado essas coisinhas chamadas vulgarmente de CPI (s).
Esta última então – a do apagão aéreo – tanto deu o que falar, promessas de mexer céus e terra, indiciamentos, provas de incompetência ou mesmo de corrupção, comprovantes de falhas múltiplas, sendo a principal delas a causadora do terrível desastre do avião da TAM em 17 de julho. Ficou suficientemente provado que, se a presidente da Anac (Denise), não tivesse convencido uma juíza à custa de um documento falso, que Congonhas estava liberado para aviões de grande porte, simplesmente 199 brasileiros não teriam sido mortos carbonizados, fora os prejuízos incalculáveis.
Então o relator da CPI que, há um mês, declarou que tinha encontrado indícios mais que suficientes para responsabilizar os dirigentes do setor aéreo, no último dia voltou atrás. Procurou o lado mais fraco da corda – 4 controladores de vôos – mais os dois pilotos que foram liberados para voltarem ao seu país e nunca mais aparecerem por aqui, para mudar todo o relatório final.
Lembremo-nos do relator da CPI do Banestado, nem tanto tempo faz. O deputado tinha tudo pronto para “mandar bala”, mas, como apareceram nomes de amigos e aliados partidários comprometidos com bilhões de dólares desviados, melou tudo e encerrou as investigações sem encontrar nenhum culpado.
Imagino que ontem, o deputado – como é mesmo o nome dele? (Marco Maia PT- RS, foto, nr.) Só me lembro que é petista gaúcho, a o do Banestado era também do mesmo partido – ao digitar sua conclusão, deve ter recebido um telefonema de linha vermelha, urgente. Depois de ouvir atentamente, deletou a conclusão e escreveu a definitiva isentando amigos do planalto.
Foram, e serão sempre assim, as conclusões de CPIs, pois sempre envolverão interesses que podem ser negociados.
Não vamos nos esquecer também que, quando concluíram as investigações do mensalão, todos nos perguntávamos: “Onde está a oposição? Diabo! Por muito menos derrubaram o Collor...” Nenhuma palha foi movida. Mas agora estamos entendendo o real motivo do silêncio principalmente dos tucanos: O mensalão mineiro (1998) onde, com a mesma direção valeriana, o então governador usou dinheiro público desviado para caixa 2. Hoje, com o crime prescrito, resta a tentativa de reaver pelo menos alguns milhões. Já, se viesse à tona naquela época, muitas cabeças rolariam.
E nós brasileiros otários continuaremos sempre a pagar as contas, já sem esperança de reação.

3 comentários:

Anônimo disse...

Estou reproduzindo aqui um comentário (que já fiz anteriormente).
E gostaria que fosse um alerta aos Estados brasileiros, pois seus representantes acabam ferindo as tradições da sua gente e o seu orgulho, como se pode constatar no resultado dessa "cpi"...

Com bons amigos no RS, gosto bastante de todo o Estado e da sua gente.
Gente responsável, que trabalha com dignidade, honestidade e muito respeito às suas tradições.

Penso que quando um Estado (qualquer Estado) nomeia representantes para o Congresso, para falar em seu nome, o representante deve ter a seriedade e o respeito para mostrar a voz de todos...

Posso afirmar, com segurança, que não é essa a "representatividade" que esperava o RS (com esse relatório repulsivo), após as 350 pessoas (muitos gauchos) assassinadas pela incompetência e pelo descaso com a vida humana!!!!

Rio GRANDE do Sul, fico muito triste em me expressar assim...
Que pequenez!!!

ma gu disse...

Alô, Adriana.

É preciso acabar com esse filhote espúrio chamado CPI. Um produto teratológico da "Constituição Cidadã" (risos e mais risos).
Esses representantes (?) vagabundos precisam mesmo é trabalhar como legisladores, tentando consertar esse cipoal de leis que atravanca o desenvolvimento do país, ao invéz de tentar serem promotores de justiça.
Para isto já temos carreiras especializadas.

Anônimo disse...

Eu até agora segurei o comentário que segue em respeito aos familiares do acidente mas, infelizmente, por causa desses pulhas, trago a público:
AS PESSOAS SOFRERAM NO ACIDENTE, TINHA CORPOS ABRAÇADOS, A MAIORIA COM OS BRAÇOS LEVANTANDOS TENTANDO SE PROTEGER DAS LABAREDAS...
Enquanto tudo se comssumia em chamas, a charuteira participava de uma festa e os que a questionavam sobre o que estava ocorrendo, ela simplesmente dizia que a presença dela em nada mudaria o cenário e somente atendia ao seu celular ligações do seu interêsse (se duvidarem, peçam para conferir as ligações atendidas e não atendidas)