15 de set. de 2007

Vá se catar Jobim

Por Chico Bruno

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, como constituinte burlou o texto da Carta Magna na calada da madrugada, como ministro da Justiça foi pífio, usou o STF como trampolim para uma possível candidatura a vice-presidente na chapa de Lula, tentou presidir o PMDB, mas foi incentivado a desistir, ganhou como consolação o Ministério da Defesa.
Em poucos meses no cargo, já demonstrou que está mais interessado em criar factóides, que o mantenha na mídia, do que propriamente resolver os problemas da pasta.
Nesses meses, já se travestiu de bombeiro, de general por duas vezes, uma na selva amazônica e outra no Haiti, reclamou do tamanho das poltronas dos aviões, não conseguiu descongestionar Congonhas transferindo vôos para o Tom Jobim, Confins e Cumbica, anuncia, agora, o encurtamento da curta pista de Congonhas e agora diz uma besteira incomensurável sobre os baianos.
O mais novo tropeço de Jobim aconteceu no encontro promovido pela Organização Marítima Internacional, uma agência da ONU (Organização das Nações Unidas), num resort localizado na praia de Guarajuba, em Camaçari, na Bahia.
Logo após cumprimentar as autoridades, entre as quais o governador em exercício da Bahia, Edmundo Pereira (PMDB), Jobim afirmou, num improviso para saudar 200 marinheiros e representantes de ONGs, que os baianos não gostam de trabalhar.
"Não trabalhem demais, porque isso baiano não gosta", afirmou, dirigindo-se aos marinheiros e representantes de ONGs.
Cobrado pela imprensa, que acompanhava a solenidade, pela frase, Jobim tentou colocar o galho dentro, como dizem os cariocas, refazendo as pressas a frase dizendo:
"Não disse que o baiano não gosta de trabalhar. Disse que o baiano é inteligente, que sabe que trabalhar, e só trabalhar, dá neurastenia e intolerância. Agora, trabalhar com lazer e prazer, que é que o baiano faz, é o que traz a possibilidade de sorrir."
Mesmo na tentativa de remendar o soneto, Jobim não conseguiu esconder o traço preconceituoso do seu perfil, pois isso é muito difícil para personagens que se julgam acima de outros semelhantes.
O ministro não cometeu uma gafe, pois os prepotentes e arrogantes, como ele, não cometem gafes, ao contrário são useiros e vezeiros em ofender os que ele não considera, e neste cesto estão incluídos os baianos, que ele deve considerar uma sub-raça nordestina.
Jobim é um borra-bosta, que come sardinha e arrota caviar. Talvez ele, ainda, esteja magoado, pelo fato que os “preguiçosos baianos”, com muita competência retiram a Ford dos pampas, para transformar a unidade baiana na segunda mais produtiva da montadora no mundo.
O Brasil vive uma quadra de personagens políticos deploráveis, coincidentemente abrigados no PMDB, tipos como Almeida Lima, Gilvam Borges, Wellington Salgado e Nelson Jobim se equivalem. Eles não resistem aos holofotes, câmeras de TV e microfones. Diante destes equipamentos são capazes de dizer as maiores tolices.
Os baianos não querem retratação e pedido desculpas, pois estão pouco se lixando com o que Jobim pensa ou diz deles, pois sabem que ele só abre a boca para dizer besteiras.
Para os baianos, é melhor que Jobim vá se catar.

7 comentários:

Ralph J. Hofmann disse...

Adriana

A ida da Ford à Bahia tem menos a ver com a compétência do ACM do que com a incompetência e a suicida dedicação a conceitos ultrapassados de Olívio Dutra. A Ford já estava montando sua estrutura para o Rio Grande do Sul, o terreno em região carente de empregos e infra-estrutura já estava preparado quando Olívio, um energúmeno destituido de qualquer senso prático renegou as promessas do governo anterior, compromissos firmados formalmente.
Quanto a trabalhar na Bahia, é difícil. É o lugar mais difícil do Brasil. E isto pelo enfoque do povo.
Contudo resta o fato de que bahianos transplantados ao sul do Brasil funcionam com a competência que o mercado de trabalho exige.
Problema ambiental. Entram para um ambiente diferente e se adaptam bem. Portanto não é o povo, são as exigências a que este povo é submetido.
Aposto que as empresas do bloco automotivo estão mudando para sempre este enfoque bahiano.

Anônimo disse...

Adriana o pessoal do seu blog é que nem cervejinha, a gente jura que vai tomar somente uma e acaba tomando mais de meia (meia dúzia). É difícil a gente entrar na internet e não dar uma espiada no "Prosa & Política" e, tentar fazer algum comentário é ainda mais difícil: vocês rasgam o verbo sem ficar dando voltas, doa a quem doer vão direto no assunto.
(el.carmona1966@hotmail.com)

Anônimo disse...

Tá tudo certo, mas a ida da Ford, como já foi dito acima, foi obra parida pelo ridículo Olívio Dutra, que a enxotou do RS.
E um ser irracional desse tipo ainda faz 45% dos votos no segundo turno de 2006, contra a Yeda.
Depois ainda dizem que nós gaúchos somos os mais politizados eleitores do Brasil.
Imagina o resto, que 'renanzada' de eleitorado não é...

ma gu disse...

Alô, Adriana

Já disse no blog e vou repetir. Hofmann está nos prestando um grande favor em colocar aqui o resultado de sua inspiração pela musa Mnema (memória). Ao relembrar o caso Ford, aplicou um meigo termo, energúmeno, ao Olivio, aliás, muito merecido.
Para poupar aos leitores algum trabalho, eis o resultado:

energúmeno

do Gr. energoúmenos

s. m.,
endemoninhado;
possuído do demónio;
possesso;
fig.,
indivíduo desnorteado;
fanático;
exaltado.

Anônimo disse...

Ai meoDeos...acabo de elogiar a postura do blog denunciando a corja de MG e já encontro essa pérola nos comentários. Pelas palavras proferidas acima acham que o Olívio Dutra é muito burro para não querer uma empresa do tamanho da Ford no estado.

Notícias do Jornal O Sul do Dia 23/10/2006:

"O que atraiu a Ford para a Bahia foram bilhões em subsídios e renúncia fiscal patrocinados pelo Estado da Bahia. Não nos cabe entrar na discussão sobre as vantagens ou não de implantar uma fábrica do porte de uma montadora como a Ford. Seria desperdício. Podemos trabalhar com dados. O governo baiano, através de incentivos, renúncias fiscais, investimentos e empréstimos para a instalação da montadora dispôs R$ 3 bilhões de reais, o que significa que para cada uma das 2 mil vagas abertas foram destinados R$ 1,5 milhão. Nos contratos conhecidos entre a Ford e o governo baiano não há nenhuma exigência de transferência de tecnologia, formação, nível salarial ou geração de empregos. Propagandeia-se apenas a geração de 5 mil postos diretos e 50 mil indiretos. A decisão da Ford de não se instalar em Guaíba, no Rio Grande do Sul, nem de longe passou pelos maus bofes do governo, mas, sim, pelas generosas vantagens que recebeu do Congresso Nacional ao aprovar fora do prazo um destaque de uma MP do governo de FHC. A versão de que Olívio Dutra "correu" com a Ford daqui é fantasiosa e não corresponde aos fatos. Se alguém pode explicar em detalhes a operação este alguém é Yeda Crusius, que votou a favor dos baianos. Yeda e outros políticos gaúchos foram os que realmente mandaram a Ford embora daqui. Olívio Dutra e o PT nada puderam fazer contra a decisão. Essa é a verdade, o mais é manipulação"

Quem se interessar em saber mais:
http://www.tv.ufba.br/sinapse/020327/ford/ford.html
Relato de um professor de engenharia da UFBA...leiam, o texto é pequeno.

ma gu disse...

Alô, Adriana

Não é minha pretensão criar uma discussão aqui. Porisso quero esclarecer que reproduzi o verbete de energúmeno pela signifição figurativa, de fanático e exaltado. Isso Olívio o é. Fui ao endereço indicado e o que descobri:

Um artigo de cinco anos atrás, cujos termos, mais o título ostentado pelo signatário, já dá uma idéia:

A Ford na Bahia, um exemplo de neocolonização e subserviência. Prof. Iberê Luiz Nodari, do Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal da Bahia.

Como sabemos que o corpo docente das universidades federais está infestado de petistas, não é correto trazer esse artigo como verdade inconteste.

Gostaria que alguém lá da Bahia respondesse ao artigo o que a Ford representa HOJE para o Estado.

Evandro Kleber R. Santos disse...

QUando o presidente da Philips falou mal do Piauí, desceram o malho nele. E porque?

Ah, tá, ele participa da campanha "Cansei".

E o ministro Jobim, que falou mal dos baianos, vai ficar por isso mesmo??
Vão dizer: "Ah, ele repetiu o que todo mundo fala..."

Pois é, como é do governo do Zurrador, pode tudo...

Vão todos os peterroristas para a PQP...