8 de out. de 2007

Fechar os Olhos à Tirania

Por Giulio Sanmartini


O Partido dos Trabalhadores, com todos os méritos, sempre combateu os regimes que desrespeitavam as minorias, ou que esmagassem as oposições, como o de Pinochet no Chile, o de Videla na Argentina e o dos militares no Brasil.. Agora no poder, é estranho que com alguns regimes truculentos, como o de Fidel Castro em Cuba, não façam uso de críticas e protestos. Fato marcante foi o que aconteceu agora com dois atletas cubanos que quiseram desertar mas foram entregues pelo governo brasileiro ao regime que queriam abandonar. O fato aconteceu com os boxeadores Guillermo Rigoundeaux, de 26 anos, e Erislandy Lara, de 24 anos, que no dia 4 de agosto foram embarcados de volta ao seu pais, apesar de terem pedido asilo ao Brasil e, segundo o delegado da Polícia Federal no Rio Felício Laterça: "Eles estão sem documentos. Essa já é causa suficiente para serem deportados”.
Com relação aos sangrentos acontecimentos contra a ditadura em Myanmar (antiga Birmânia), o Brasil por interesses comerciais, seguiu a orientação chinesa que sustenta aquele regime, de não impor na ONU sanções ao regime.
A situação se apresenta da seguinte forma: Mais de mil monges budistas foram tirados de seus mosteiros, levados para um hangar, mantidos presos sem água, sem alimentos e brutalmente torturados para que denunciassem os líderes da revolta contra o regime militar. O caso é contado no France Presse por um jovem bonzo, que por motivos óbvios preferiu ficar incógnito e fazer ver a repressão contra os religiosos executada pelas forças de segurança birmanesas.

Uma manhã os soldados chegaram em 18 mosteiros e convidaram os monges para que os seguissem pois iriam oferecer-lhes um almoço. Era uma armadilha, os monges encontraram-se presos num lugar onde não tinha nem banheiros. Nesse momento teve início o pesadelo: “Fomos constrangidos a ficar de joelhos - continua ele – e com a cabeça voltada para o Sol. Por dois dias ficamos naquela posição. Nos batiam sempre, com ponta pés e com cassetetes. Fomos divididos em grupos de dez e interrogados um de cada vez, queriam saber se tínhamos participado das manifestações e quem era o chefe da revolta. Junto a outros religiosos, o autor dessa denúncia foi liberado quando garantiu não ter participado aos protestos nas praças. Hoje ele diz que não tem ódio pelos seus torturadores: “Espero que encontrem a paz, um dia!”
Será que o governo brasileiro encontrará a paz, depois desse sua ignóbil omissão

2 comentários:

Anônimo disse...

É, até parece que o nosso governo não se maifestou a respeito por que, quem sabe, pretende instalar algo semelhante por aquí.

Anônimo disse...

Não se esqueça que Lula, quando visitou a China pela primeira vez como presidente, assinou uma nota conjunta em que se negava o direito à autodeterminação ao povo tibetano.