Poder Legislativo ou Tocaia?

Por Aduato Medeiros, engenheiro

Infelizmente nosso Congresso não cumpre com a razão principal da sua finalidade que é fazer leis e defender os interesses do contribuinte.
E para a desgraça da nação as leis terminam sendo feitas exatamente pelo poder executivo cujo único objetivo é arrecadar mais e mais, e trabalhar menos, pois todo o dinheiro arrecadado some nos escaninhos da burocracia do governo. No fundo não é para beneficiar a sociedade e sim para pagar a máquina corruptora.
Fazer leis, além de se exigir competência, precisa de trabalho, algo que nada tem a ver com barganha com o executivo. Ao contrário. O legislativo na verdade tem que mendigar ao executivo sua aprovação, e é nesse momento que vira no Congresso um “vale tudo”.
As medidas provisórias passam a ser o céu para as negociações (nem sempre as claras), e só tem vantagens para os próprios parlamentares e para o governo. A sociedade assiste a tudo sem entender e menos ainda compreender.
A aprovação da CPFM (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) é o exemplo marcante do balcão de negócio que se tornou o Congresso. Uma vergonha. Muitos se disseram contra, mas apenas como álibi, pois já estavam de tocaia para barganhar, e depois matar a presa que são os contribuintes.

A idéia por trás da tocaia, era na verdade negociar vantagens para a aprovação, através de cargos em empresas, ministérios ou mesmo dinheiro vivo. Essas são as munições das tocaias. Feita a chantagem e recebido a barganha, tudo volta ao normal e a tocaia volta a se acalmar esperando uma nova oportunidade para mais uma vez atacar suas vítimas.
É fácil perceber isso. Ou seja, essa manobra rasteira da tocaia. Ora, por que todo projeto que vai para o Congresso para aumentar os impostos passa com facilidade? A razão é uma só: a aprovação mostra que são eles mesmos os beneficiários (ou seja, os tocaieros) e seus asseclas os únicos a lucrarem, enquanto que o povo continua apenas pagando a tudo e assistindo abismado (ou passivamente) a tanta falta de espírito público, gerando daí um desinteresse pela nação e pela política.
Os tocaieiros, dentro de suas cabeças ocas só pensam neles, nas suas famílias (e amantes, algumas vezes) e nos votos de suas vitimas – o eleitor. Que Congresso! Que legislativo! Que país! Que democracia!
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