29 de nov. de 2007

Farra imoral com o dinheiro do povo

Por Pedro Oliveira - Jornalista e presidente do Instituto Cidadão

O patético quadro de vergonha mostrado esta semana na imprensa nacional bem caracteriza o comportamento indecente do político padrão brasileiro: desonesto, imoral e marginal.
A farra com o dinheiro público praticada por vereadores e prefeitos de vários estados com a desculpa de participar de um forjado “Congresso Sul-Americano de Prefeitos, Vereadores e Assessores”, em Buenos Aires, promovido por uma suspeita entidade denominada de Instituto Brasileiro de Apoio aos Municípios (Ibram), bem mostra o desrespeito dessa classe de políticos com a sociedade e com o dinheiro do povo.
O evento em questão foi desmarcado “por falta de quorum”, mas mesmo assim o fato não evitou que grande número de “participantes” aproveitasse para fazer turismo à custa do erário, até porque ninguém é de ferro.
Muitos dos vereadores e prefeitos que viajaram para o evento cinicamente ainda declararam que “iriam curtir o passeio já que o município tinha gasto muito com passagem, hospedagem e a inscrição”. Já o tal Ibram anunciava que “como compensação os participantes ficarão isentos da inscrição do próximo encontro em 2008, que se repetirá em Buenos Aires”. È imoral demais para o meu gosto, mas deve ser muito normal para a classe política. Um fato curioso: mesmo sem haver o Congresso, todos os que participaram do “turismo” receberam o seu merecido certificado.
E imaginem que com toda essa esculhambação ainda tem gente querendo aumentar o número de vereadores nas Câmaras Municipais.Tramita na Câmara dos Deputados uma imoral Proposta de Emenda Constitucional que prevê a criação de mais 8 mil cargos de vereadores. Com isto pretendem revogar a profilática norma do Tribunal Superior Eleitoral que redefiniu regras para a composição das Câmaras Municipais, reduzindo o excessivo e desnecessário número de integrantes das Casas Legislativas, mas esqueceu de reduzir o repasse das Prefeituras para alimentar a farra, o que em nada ajudou na moralização. O gasto do Executivo com o Legislativo municipal aumentou em cerca de 7% nos últimos dois anos apesar da Resolução da Justiça Eleitoral.
O deputado Pompeu de Mattos (PDT/RS) tem a proposta ideal para por fim a essa “Festa Marginália” no Legislativo Municipal. Por sua equilibrada ótica o município com cinco mil habitantes pode ter até cinco vereadores. Além do número de vagas a PEC estabelece redução de 0,5 por cento do repasse municipais para as Câmaras.
Na verdade as Câmaras Municipais não poderiam ser diferentes daqueles que lhes servem de exemplos: o Senado Federal, a Câmara dos Deputados e as Assembléias Legislativas: são balcões de negócios espúrios, ambientes putrefatos pela orgia da marginalidade, conchavos criminosos e transações bandidas. Assim é o Legislativo brasileiro, que eleito com nosso voto, usurpa nossas consciências, afronta nossa ética e avacalha com o Brasil.

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Adriana.

Você não acha que houve um erro de digitação em uma palavra na segunda linha do post, 'padrão'?
A palavra não começa com 'l'?

ma gu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.