Amigos e auxiliares de Lula deflagraram um movimento coordenado para tentar convencer o presidente a moderar as críticas à oposição.
Move-os uma preocupação comum: a rejeição da emenda da CPMF expôs a fragilidade do suporte parlamentar do governo no Senado. E o timbre abrasivo dos discursos do presidente conspira contra o esforço da coordenação política do governo de desarmar os espíritos.
“Não acha que é o caso de baixar a bola?”, perguntou a Lula, em telefonema disparado neste sábado (15), um governador alinhado ao consórcio partidário do Planalto. E Lula: “É difícil apanhar calado.” O governador insistiu: “Entendo as suas razões, presidente, mas sabemos que a política, quando feita com o fígado, só produz bílis, não a concórdia.”
Em encontro reservado que teve com Lula, um de seus ministros reforçou a linha de raciocínio do governador. Disse ao presidente que o êxito da oposição no Senado impôs ao governo uma única alternativa. Traduziu-a em três vocábulos assemelhados: “negociação”, “composição” e “entendimento”.
No final da tarde da última sexta-feira (14), um dirigente do PSDB procurou um deputado do PT que priva da intimidade de Lula. Disse-lhe o seguinte: “É bom avisar ao presidente que, na base da pancada e da ofensa, ele não vai ter a nossa colaboração em coisa nenhuma.”
Move-os uma preocupação comum: a rejeição da emenda da CPMF expôs a fragilidade do suporte parlamentar do governo no Senado. E o timbre abrasivo dos discursos do presidente conspira contra o esforço da coordenação política do governo de desarmar os espíritos.
“Não acha que é o caso de baixar a bola?”, perguntou a Lula, em telefonema disparado neste sábado (15), um governador alinhado ao consórcio partidário do Planalto. E Lula: “É difícil apanhar calado.” O governador insistiu: “Entendo as suas razões, presidente, mas sabemos que a política, quando feita com o fígado, só produz bílis, não a concórdia.”
Em encontro reservado que teve com Lula, um de seus ministros reforçou a linha de raciocínio do governador. Disse ao presidente que o êxito da oposição no Senado impôs ao governo uma única alternativa. Traduziu-a em três vocábulos assemelhados: “negociação”, “composição” e “entendimento”.
No final da tarde da última sexta-feira (14), um dirigente do PSDB procurou um deputado do PT que priva da intimidade de Lula. Disse-lhe o seguinte: “É bom avisar ao presidente que, na base da pancada e da ofensa, ele não vai ter a nossa colaboração em coisa nenhuma.”
(*) Por Josias de Souza
O grão-tucano disse ao petista que o tratamento “desrespeitoso” que Lula dispensa à oposição não condiz com o suposto interesse do governo de negociar a aprovação de uma reforma tributária e a criação de um tributo que substitua a CPMF no financiamento à área da saúde. O deputado do PT comprometeu-se a procurar o presidente para pedir-lhe moderação.
Na última quinta-feira (13), Arthur Virgílio e José Agripino Maia –líderes do PSDB e do DEM— aproveitaram a sessão vespertina que se seguiu à madrugada em que a CPMF foi sepultada para desfraldar a bandeira branca. Os dois líderes disseram que, superada a refrega do imposto do cheque, estavam dispostos a sentar-se à mesa para negociar com o governo a reformulação do sistema tributário.
Menos de 24 horas depois, porém, Lula vociferou contra a oposição em discurso proferido em São Bernardo do Campo (SP). Disse que os senadores só deram cabo da CPMF porque não são usuários do SUS. Afirmou que os algozes do tributo teriam de explicar à população por que o setor de saúde deixará de receber aportes de recursos nos próximos anos.
O ambiente voltou a ficar intoxicado. “Ele precisa falar sério e deixar de conversa fiada”, abespinhou-se Sérgio Guerra, presidente do PSDB. “A continuar com as provocações, o governo vai perder até a DRU (Desvinculação das Receitas da União)”, afirmou Arthur Virgílio.
O líder tucano referia-se à votação, em segundo turno, dos artigos da emenda da CPMF que asseguram a sobrevida do mecanismo que permite ao governo dispor livremente de 20% de todas as receitas orçamentárias que têm destinação constitucional específica. Se quiser criar dores de cabeça para o governo, a oposição dispõe de amparo regimental para retardar a votação, impedindo que ela se realize antes do início do recesso parlamentar.
A preocupação com a inadequação dos improvisos de Lula já fora manifestada pelo ministro José Múcio. Antes da votação que levou a CPMF à cova, o coordenador político do Planalto dissera ao presidente, em encontro reservado, que julgara prejudicial a forma como ele havia tratado o DEM. Chamara o partido pelo nome antigo: PFL. E insinuara que a legenda opunha-se ao imposto do cheque por estar vinculada a sonegadores de impostos.
No momento, José Múcio se auto-impôs uma prioridade: deseja desobstruir os dutos de comunicação que ligam o Planalto ao Senado. O trabalho se divide em dois estágios. Segundo diz privadamente, o ministro considera importante eliminar os atritos existentes entre os próprios partidos governistas e, simultaneamente, promover uma aproximação com as legendas que militam na trincheira oposicionista.
No que diz respeito à oposição, o êxito da tarefa de Múcio parece estar condicionada à mudança de tom do governo. Além dos reparos feitos à pregação de Lula, o tucanato considerou inadequado os comentários feitos pelos ministros Tarso Genro (Justiça) –“FHC não admite que Lula é melhor presidente do que ele”—e Jorge Hage (CGU) –“O fim da CPMF está sendo festejado também pelos corruptos”.
Na última quinta-feira (13), Arthur Virgílio e José Agripino Maia –líderes do PSDB e do DEM— aproveitaram a sessão vespertina que se seguiu à madrugada em que a CPMF foi sepultada para desfraldar a bandeira branca. Os dois líderes disseram que, superada a refrega do imposto do cheque, estavam dispostos a sentar-se à mesa para negociar com o governo a reformulação do sistema tributário.
Menos de 24 horas depois, porém, Lula vociferou contra a oposição em discurso proferido em São Bernardo do Campo (SP). Disse que os senadores só deram cabo da CPMF porque não são usuários do SUS. Afirmou que os algozes do tributo teriam de explicar à população por que o setor de saúde deixará de receber aportes de recursos nos próximos anos.
O ambiente voltou a ficar intoxicado. “Ele precisa falar sério e deixar de conversa fiada”, abespinhou-se Sérgio Guerra, presidente do PSDB. “A continuar com as provocações, o governo vai perder até a DRU (Desvinculação das Receitas da União)”, afirmou Arthur Virgílio.
O líder tucano referia-se à votação, em segundo turno, dos artigos da emenda da CPMF que asseguram a sobrevida do mecanismo que permite ao governo dispor livremente de 20% de todas as receitas orçamentárias que têm destinação constitucional específica. Se quiser criar dores de cabeça para o governo, a oposição dispõe de amparo regimental para retardar a votação, impedindo que ela se realize antes do início do recesso parlamentar.
A preocupação com a inadequação dos improvisos de Lula já fora manifestada pelo ministro José Múcio. Antes da votação que levou a CPMF à cova, o coordenador político do Planalto dissera ao presidente, em encontro reservado, que julgara prejudicial a forma como ele havia tratado o DEM. Chamara o partido pelo nome antigo: PFL. E insinuara que a legenda opunha-se ao imposto do cheque por estar vinculada a sonegadores de impostos.
No momento, José Múcio se auto-impôs uma prioridade: deseja desobstruir os dutos de comunicação que ligam o Planalto ao Senado. O trabalho se divide em dois estágios. Segundo diz privadamente, o ministro considera importante eliminar os atritos existentes entre os próprios partidos governistas e, simultaneamente, promover uma aproximação com as legendas que militam na trincheira oposicionista.
No que diz respeito à oposição, o êxito da tarefa de Múcio parece estar condicionada à mudança de tom do governo. Além dos reparos feitos à pregação de Lula, o tucanato considerou inadequado os comentários feitos pelos ministros Tarso Genro (Justiça) –“FHC não admite que Lula é melhor presidente do que ele”—e Jorge Hage (CGU) –“O fim da CPMF está sendo festejado também pelos corruptos”.
8 comentários:
Alô, Giulio.
Há uma frase famosa que o presimente falastrão sempre esquece: "Quem fala o que quer, ouve o que não gosta".
Não é o caso? O segundo 'round' da DRU vem aí...
E eu espero que ele e seus acólitos falem ainda mais!
Sabem o motivo de tanta bilis derramada?
http://www.slideshare.net/dorjival/veja-o-que-lula-faz-com-o-nosso-dinheiro
O "Boca Dura" anda tomando muita "água de vacilo", está arreliado com o bispo,e com a oposição,ele parece gostar só do "Vapor da Carangola", aquele que só navega rio abaixo.O Bispo que se cuide,o Boca pode muito bem dar um jeito de tirar a batina dele.
Ciao, Giulio, come stai?
Estou com o Magu. Concordo com o que ele escreveu. Aliás, torço muito por isso.
Mas se me permite ser chato, con permesso: per favore, pare de estampar a "imagem" desse maledetto, aqui no blog, que me dá nos nervo, bello!
Basta um só prenúncio de que a stampa desse fdp vá aparecer, que rolo o cursor o mais rápido que eu possa, pois tanto quanto ouvir a voz, não suporto ver a imagem desse crápula.
Dê as notícias desagradáveis (quando for o caso), mas "respeite" um puquinho o nosso senso estético... já que a maior parte do tempo estou sóbrio (hehe!).
Cole a Numa de Oliveira "como veio ao mundo", por exemplo... aí "equilibra" a notícia ruim com uma visão do paraíso!
Arriverdeci!
Essa é mais uma indicação das tendências "democráticas" de lula e das esquerdas.
Igualzinho, aliás, ao "democrata" cupanhero fidel e seu "Paredón", ao "democrata" cupanhero evo e seus indios que matam cachorros para intimidar o povo boliviano, igualzinho ao "democrata" cupanhero chapolim piorado colorado, que não cabe em si de tanta "democracia"...
Embora todo o país vá ficar de castigo, foi uma delícia poder assistir à transgressão dos parâmetros por ele mesmo idealizados e que iam torná-lo nostro Dulce.
Alô, Giulio.
Ói eu aqui de novo. Provavelmente Rô quiz dizer Duce, porque de dulce ele não tem nada. Aliás, é amargo que dói...
E repito o pedido do Abreu. Sei lá, ponha a bandeira do Brasil, tão relegada, no lugar desse sapo. Já engolimos tantos, que você poderia nos poupar de mais incômodos...
Obrigada, magu. Fiquei entusiasmada pelo italiano do Giulio e confundi, duce com dulce. É, não seria um duce dulce, mesmo.
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